11.9.07

viagens

o bom é sair de casa, deixar pra trás a rotina de todos os dias. ir em busca de um alguém que te deixa irritada e tranquila, ao mesmo tempo. deixar, de uma hora para outra e sem muitos planos. só deixar-se ir. e, depois, encontrar-se em qualquer uma das personalidades que encontrar pelo cominho. encontrar e deleitar-se em histórias que são suas para todo um (e desde) sempre. e enquanto busca encontrar-se, deixar perder-se. é necessário, acredite. é deixar o próprio eu ser parte de cada uma das quarenta e poucas pessoas que vão junto de você para um lugar que não o seu - mas na mesma direção. ceder à gorda escandalosa que vira um encanto quando se elogia a neta ou o filho, que são de mesma idade e lindos! ceder ao garoto simpático que chega e cede à moreninha falante. ceder às duas meninas do norte, que vão felizes e empolgadas para a capital do país. à moça loira e popular que amizade faz com a moça de óculos, tímida. ou, como de praxe, ceder à moça ao lado que volta para casa descontente do tráfego aéreo, cansada mas simpáica. é quase saber da vida de todo mundo e contar-lhes a sua própria, deixando-os imaginar que aquilo pode não ser nada.. mas é a sua vida, toda ela. gosto desse gostinho de ser eu sem que saibam que sou o eu que faço sumir quando estou chateada, que sou o eu mais completo de todos os momentos. gosto!

2 comentários:

Carlos Henrique Leiros disse...

Achei interessantíssimo esse arremate de texto, essa busca incessante pela dobra dos dias, pela interação mútua e concisa de todas as coisas sabidas e compreendidas [ou não, dentro de outros contextos].
Seus escritos têm intensidade, figura.
Abraço.
Carlos

Rosana Tibúrcio disse...

Às vezes o anonimato nos torna mais verdadeiros, pois sem medo de alguém nos espiar/julgar... ou mais, sem nos policiar tanto.
Gosto do anonimato...

 

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