25.10.07

no meu jardim de asfalto

nessa rua minha as flores escolhem os dias de murchar. pode não ser por bem-querer ou mau-querer, mas se tem que ser elas escolhem os dias mais cinzentos e secos. ontem morreu uma flor do meu jardim (que não escolhi, mas que cuido de olhar há quase 18 anos e vivo dele as emoções. sou sentinela.). era a matriarca e passou verões e invernos rígidos, mas "primaveriava" como ninguém. e por sua rigidez vital é que sopram os ventos do meu coração por essa flor, que não murchou: desprimaveriou.
noite passada choveu, alagou-se o meu jardim de dor.

1 comentários:

Carlos Henrique Leiros disse...

Primeiramente, gostei dos novos termos. É bom utilizá-los, criá-los, vê-los ganhando vida e sofrendo apropriações para florear outros textos.
Não importa, todavia, quantas flores sequem ou murchem. Importa, sim, que a memória delas não se perca no tempo, e que seu mister de sentinela nunca seja em vão.
Sei que não é.
Abraços, figura.
Ch

 

Blog Template by YummyLolly.com - RSS icons by ComingUpForAir