13.11.07

a menina [2]

a menina evitava saber de sentimento. mas sabia, sabia dos extremos. às vezes, batiam aos solavancos em seus ombros. admirava aos que evitavam intimidade por pura sabedoria. sabia que fazer escutá-la era tarefa absurda, paredes se tornavam grandes esponjas quando acontecia. abominava o caminhar dos olhos enquanto se colocava a falar. se abominava ao desencaminhar a auto-suficiência, tanto treinada e nada aproveitada. a menina começou a reagir e desistiu.

4 comentários:

Carlos Henrique Leiros disse...

A menina é, na verdade, cada um cujo pensamento é sem fronteiras.
Pois sabe que sabedoria é deslumbrar-se!
Abraço, figura.
Ch

miKael disse...

Oi IrMazinha,
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Metade de mim fica feliz ao ver como vc está escrevendo tão bem. Na verdade, eu sempre gostei do q vc escreve (uma criatividade, originalidade e liberdade invejável), só q agora percebo uma maior maturidade. É como se seu talento estivesse mais exuberante.
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Metade de mim fica preocupada... Lembro-me qdo vc uma vez me disse q os momentos de inspiração eram exatamente os momentos mais difíceis...
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Espero q vc esteja bem, e q toda essa fartura de idéias não esteja associada a momentos de crise.
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aishiteru

livia soares disse...

Olá, Marcella.
Gostei de ver a continuação da "Menina". Acho que ainda haveria uma "parte III" ansiosa por vir à tona, mas não muito, sabe como é? Vc dialoga com o leitor num nível bem profundo e surpreendente, e então, de repente, o abandona... aproveite para voltar enquanto ele está atônito. E vc também. Acho que vai ficando cada vez melhor.
Um abraço.

Natália Nunes disse...

Isso se começar a reagir e desistir acontece muito comigo também.

Beijo.

 

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