25.2.08

aquieta-te

hoje é dia dos solilóquios infindáveis, embora eu tenha perdido o hábito de externar algumas pendências minhas. é bem verdade que tenho optado mais por silêncios absolutos e que isso bem parece ser uma decisão, quando a desrazão já não aceita ser tão exposta assim. talvez seja. ainda bem que as pessoas amadurecem. melhor ainda quando algumas delas podem presenciar esse processo sem ter que interferir em nada. pensei noutro dia: não há nada mais digno num ser que a própria maturidade (sobre questões suas e sobre outras, nem tão suas assim). longe de significar uma comunhão do agir e bem pertinho de algo como realização individual a minha maturidade veio aos poucos, numa caravana e ainda "não parou de chegar". talvez isso seja bom. talvez não. ao menos sei que ainda não perdi o hábito de imaginar as mil faces de uma moeda quando só posso ver duas delas. verdade, quem sabe isso não queira dizer que já existia algo próximo ao conceito da maturidade que era possível ter quando cismei que deveria sempre lembrar da tal Lei de Murphy. lembro de ter cismado também em não dar moral para verdades inteiras de gente que tinha uma vida inteira de experiência e ainda assim não tinha credibilidade de nem meia hora. lembro de ter dado atenção e razão aos que não sabiam tê-la e de ter negado insistentemente quando era tão clara a tal. lembro de querer sempre manter as coisas na impessoalidade e em quantas vezes agi como se isso nunca tivesse sido um desejo meu. lembro das vezes em que tive que catar porções do afeto que tinha entregue a umas pessoas e que foram perdidos num instante qualquer, sem pê-ésses. lembro de quantas vezes busquei uma folha qualquer pra anotar algo que, ao certo, era importante e não deveria ser esquecido e como, nos 5 minutos seguintes, havia guardado tal importância junto das coisas que era importantes mas eram esquecidas. isso deve acontecer com umas 5 pessoas em 10. talvez 3 delas sejam absolutamente infelizes e se culpem pela felicidade das outras duas, talvez as outras duas trabalhem o resto de suas vidas buscando esquecer o que não puderam deixar lá, junto com as outras coisas, só pra ter um álibe. talvez a minha confusão um dia me mate de tédio, talvez isso renda uns bons frutos ao lado das coisas que não deveriam ser esquecidas e foram. lá, bem guardado, junto das coisas que não podem ser explicadas.

3 comentários:

Unknown disse...

Acho que toda essa confusão na verdade sempre vem nos trazer grandes respostas que só encontramos depois, bem depois!

Viu quem esta no meu blog? Será que reconhece aquele desenho?

E eu acho que ele pode ter alguma coisa haver com esse post, ligado a um comentário acnterior... em fim...

suas palavras são sempre incriveis, e o que muito me adimira é como elas são organizadas de forma precisa!

BEIJOS NA PONTA DO NARIZ

kundalini disse...

Sabe.. quando leio esses textos, seus pensamentos... Sem exagero, mas eu me sinto fazendo parte de algo maior sabe. Me sinto... participando do nascimento de uma grande escritora. Aliás, isso você já é. Tudo o que você escreve apresenta uma coerência tão grande, o bom uso das palavras.. que aguça a mente da gente...

Parabéns! \o/ E continue sempre nos emocionando.

livia soares disse...

Eu acho a sua confusão muito interessante. E me pergunto até que ponto ela é um "efeito especial".
Beijos.

 

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