27.7.09

oi,

pela primeira vez vou arriscar a dizer tudo o que eu deveria dizer a você. sei que vou tropeçar, gaguejar e até me arrepender (já está acontecendo), mas é tão necessário...
eu gostaria de ser o par ideal pra você (de verdade!). sei que é isso que você deseja na maioria das vezes, ao menos quando me olha às 07h da manhã e me diz um "bom dia" com um "eu te amo" imendado. não somos nada parecidos e isso tem me tirado algumas noites de sono. fisicamente somos o oposto. culturalmente, somos o oposto um do outro. de temperamento também, somos o oposto. difícil isso, né? eu tenho achado. não por não nos entendermos, mas por nos faltarmos um com o outro em certas ocasiões. em nossas ocasiões individuais. eu gosto das palavras simples, curtas e bem escritas - ainda que planejadas. você gosta de gritar o seu sentimento, fazer mil coisas românticas, escrever cartas e continuar sem o bad boy, enquanto eu prefiro um e-mail breve. não, não te condeno. te acho suficiente pra carência de 99% das mulheres do mundo. mas aí eu me perdi nesse 1%. eu sou simples demais, complicada demais. às vezes só quero silêncio e sono, e você prefere ver tv e escutar música ao mesmo tempo. eu gosto de música regional e você gosta das barbáries das décadas passadas inundadas de rock'n'roll. sabe o que eu deveria ser pra você? alguém que ama música e esse seu cenário alternativo. eu deveria parar com você naquele lugar onde você vivia e que quando passa na porta quase quebra o pescoço pra ver o que está acontecendo, pra toda a sua (ex) galera lá. deveria ser alguém que não tivesse te mudado. que tivesse aceitado a sua vida selvagem, a sua jaqueta de couro, a sua vida bohemia e os seus amigos músicos. mas eu não sou. tenho vergonha até de respirar, não confio nos meus passos o suficiente pra sair dos meus conhecidos trilhos e nem pra trilhar o que alguém já traçou. eu sou uma largata que apodreceu no casulo. eu não sou tudo o que eu gostaria de ser e, de quebra, que você também gostaria que eu fosse. não gosto do que eu sou, mas sou. vai ser difícil se eu ainda for eu e você não for você. não te quero fora dos seus princípios, muito menos fora daquilo que sonhou pra você. eu te quero imenso, até quando eu decidir me diminuir ou fizer o mesmo com você. porque eu te amo tanto, e sei que eu deveria ter algum dom musical pra te acompanhar nesse sonho. quem sabe se eu ao menos tivesse coragem de ser, publicamente, a sua maior fã. amo! amo mesmo.

1 comentários:

Lilian disse...

(das coisas que a gente quase nunca diz quando ele dorme)

 

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