deveria estar atrofiado para assuntos próprios, talvez para a literalidade porque os meus ares estão cheios de mim - flutuando nas impossibilidades minhas. dependência é o que eu abomino, é o que me enfraquece e persegue. impressionante. não quero tanto assim ser esquecida, preciso que os meus pesares estejam em dia - mas nem tanto.
tenho medo de não passar os meus dias feito num filme que vira sensação dos esquecidos. desejo pra mim um apartamento vazio de gente, a luz de um computador, músicas e músicas, ficar alguns dias sem comer, sofrer de um amor que não dure a vida inteira e nem a minha paciência toda, caminhar de manhã com o cabelo desarrumado, sorrir com flashbacks e viver um feliz para sempre que todo mundo imagina como um fim - mas ser vítima do próprio não-saber e viver vários 'feliz para sempre' só meus, sem pluralidade. (por que será que eu tenho a sensação de que vou 'pagar língua' enquanto escrevo sobre o que quero pra mim?!)
hoje é sábado, dia de prévias do futuro que quero pra mim. casa vazia, luz da tv é a fonte de energia. às vezes fico encabulada com a minha própria ausência, mas é isso que quero pra mim - não posso reclamar. capitalizei-me. penso que junto com os dias de vazio intenso quero também algumas cifras, pra alimentar os meus vícios: comida, leitura e música (e silêncio também. quem disse que não se compra o silêncio?). quero a felicidade de encontrar músicas legais, que dão vontade de escutar para todo um sempre.. sem parar: amos lee. é o tipo de música com a qual eu me imagino preparando alguma coisa pra comer enquanto vou assistir um filme que vai me dar sensações no estômago e depois adormecer, sem ver.
[alguns bastas, de bastar-se. pronto.]
[alguns bastas, de bastar-se. pronto.]
1 comentários:
A gente paga a língua, sim.
Eu também já tive (e tenho) a mesma sensação. E, cedo ou tarde, se confirma. E quem, como nós, se mete a escrever, paga duplamente...
Um abraço.
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