30.10.15

tremi de novo

Só queria te dizer que eu tremi de novo. Quando te disse vem e você disse: tô indo. Foram os 5 minutos mais estranhos da minha vida, tremi toda. Mas quando você chegou, foram os 40 minutos mais familiares. Aquela voz, aquelas mesmas brincadeiras, o seu lado da cama ainda está lá. Não sei qual é, mas é o mesmo. Todo o tempo, milhares de dias entre nós e aqueles míseros minutos sustentando o peso de algo que tá erguido em nome de um sentimento que não sei definir. Tantas definições que a vida nos exigiu, tantas consequências sendo enfrentadas. Nada mudou, a vida continua a mesma, cada um no seu caminho. Nada mudou, você sabe ainda o caminho do meu coração. E eu sei de cor o caminho que risquei numa folha qualquer, a mesma folha que rasguei e deixei o fogo queimar. Eu tremi te esperando chegar, e tremi depois que você foi embora também.

19.6.15

as voltas do mundo e o endereço fixo do coração

junto com o arrastar dos ponteiros do relógio se vão trocentas coisas. milhões de acontecimentos, finais e começos. vidas que nascem, terminam e se afastam. você passa a ter uma nova perspectiva, de alguma forma a prosperidade vem. de alguma outra forma você simplesmente encontra um porto seguro, um lugar onde mergulhar sua âncora e permanecer na mais tranquila serenidade. tudo muda, endereço, telefone, estado civil, a paternidade, o diploma, o salário, as pessoas. tudo muda, exceto o seu coração. mesmo que você, ou eu, tenha encontrado qualquer novo endereço pra vida, o coração não mudou de endereço. permanece fixo no mesmo lugar, cheio de cicatrizes. e mesmo que a vida esteja correndo num turbilhão de novos acontecimentos, não tem um dia sequer que você passe sem se lembrar do velho endereço do seu coração. todos os dias você toma uma pequena dose do veneno do passado. todos os dias olha os mesmos olhos pelas fotos de uma rede social. todos os dias eu digo baixinho: crazy, te amo!

28.10.14

planos com as memórias

uma ou duas vezes ao ano sinto uma vontade incrível de casar. eu, desengonçada, aquela que ninguém nunca viu dentro do papel de noiva. sinto vontade de ter paz, de fazer planos e deixar de fazer cerimônia, ter cerimônia. quando aparece alguém que propõe o mesmo, aumenta a vontade. mas aí, no meio dos planos, surge uma memória. e fica tudo embaraçado. às vezes ainda me pego fazendo planos com as memórias. 

30.5.14

longe de mim

longe de mim querer justificar qualquer felicidade, ou a falta dela. graças ao bom senso consigo ainda observar com compreensão a felicidade daquilo que não me inclui. mesmo que as palavras e o sentimento já tenham sido um dia, ou há poucos dias, o contrário. pena a compreensão ser tão longe da serenidade do entendimento. porque não adianta, dói. e é uma dor lacerante porque os ouvidos se comunicam muito bem com o coração, porque a cabeça custa a entender contrariamente aquilo que chegou aos ouvidos. porque a sinceridade não é feia, mesmo que magoe. é necessária.

16.3.14

ora, são: [c]oração.



não permita que o meu coração queira viver só, mas também não permita que ele não saiba ainda assim viver. não permita que eu assuma a culpa só pra ter desculpa, só pra manter qualquer laço. que o pouco não me pareça o destino, que eu não aceite nada menos do que quero..e que eu mereça me sentir em paz.

23.12.13

talvez o amor seja isso

talvez amor seja mesmo isso, essa eterna luta com o próprio sofrimento.. esse eterno esperar por algo que não tem o mesmo compromisso. talvez amar seja esse roer das horas sozinho, praguejando o destino por tanta coisa desfeita e mal feita, todas essas soluções prontas pra situação que sequer dependem da sua opinião. amar talvez seja esse amontoado de coisas suas esperando para serem resolvidas enquanto você pensa em resolver qualquer pequeno ou grande problema da pessoa amada. é escutar qualquer abrulho que pareça o seu barulho e ter-se de novo habitada por borboletas e prece. é ter 1001 motivos pra alimentar rancor e só conseguir alimentar esperanças.  se doer por saber que a opção feita foi outra e não você e ainda assim continuar vendo em qualquer vento que sopra uma solução que faça o outro feliz, mesmo com a outra opção. triste descobrir o amor assim.

30.11.13

sabe o que é engraçado?

vou te contar o que é engraçado. de todas as vezes que eu tentei desfazer esse nó e busquei alguém que tivesse força suficiente pra consegui-lo, encontrei das mais diversas formas. e uma delas era alguém que tentou brevemente e até despertou alguma coisa, nalgumas poucas tentativas. e eu desisti porque esse alguém já tinha outro alguém que estava trazendo um novo alguém. eles já tinham começado uma rede, já tinham entrelaçado seus laços, e vinha por aí uma nova vida. e eu desisti porque simplesmente não achava nada mais injusto do que destruir algo assim. e olha como as coisas são, ninguém teve a mesma consideração comigo. aliás, alguém apareceu e tentou, na marra, formar esse mesmo tipo de laço com você. deram o pontapé numa nova vida. e eu, tive mais uma vez que desistir. tive que deixar o laço mais bonito que eu pude fazer na minha vida porque vocês se deram essa oportunidade. não é tão engraçado assim.

10.11.13

das lutas

você passa a vida toda tentando fazer o que é certo. luta contra a própria vontade de não fazer só o que parece certo pro mundo inteiro. mas aí chega aquela fase da vida em que, mesmo sabendo exatamente o que é certo, mesmo sabendo que o errado só poderia mesmo dar errado e que o errado está bem longe daquilo que sempre quis pra vc mesmo, começa a lutar contra a boa sensação que o errado um dia já proporcionou. e depois lutar contra a sensação ruim que o errado insiste em martelar. começa a lutar pra mostrar pro coração que aquilo que ele conhece como certo não o é, senão não o faria doer tanto assim.

14.10.13

das coisas que a gente aprende

Não importa o quanto você se arrependa, perdão nenhum é capaz de colocar as coisas no lugar. Não importa o quanto você queira ajudar uma pessoa, só ela é capaz de se ajudar, faz parte do processo de reconstrução fazer tudo sozinho. Não importa o quanto você queira fazer as coisas diferentes, sozinha você não pode, e muito menos poderá obrigar alguém a fazer diferente com você. Nada que um dia acabou pode recomeçar novamente, tem sempre uma ponte remendada fazendo tudo tremer. Não importa o quanto as palavras estejam prontas, talvez elas precisem não existir da boca pra fora. Não adianta você aceitar todas as condições da outra parte se já não existem mais condições capazes de colar tudo. Não adianta você dizer que aceita tudo que o outro quer se sabe que esse tudo só o vai levar ao fundo do poço que ele vai cavar depois do poço que ele achar que vai sair. Não adianta você mobilizar toda a coragem pra dizer que faria tudo pra ter tudo de novo, que faria tudo pra fazer tudo novo, que faria tudo pra ao menos vê-lo novo. Não adianta. Parece que o caminho esquecer tanto quanto se foi esquecido. Olhar pra frente sem olhar pra dentro. Só porque olhar pra dentro prende os pés e o sentido, não deixa ir adiante.

29.9.13

vontadinhas

ele quer colocar o atraso em dia. atraso da carne, atraso do suor pingando da carne  na cama, atraso do cigarro depois do fim de algo desejado, atraso dos detalhes que a gente soube trabalhar tão bem durante algum tempo. ela quer tirar o atraso do cheiro do suor que ele quer pingar, atraso da conversa descompromissada depois da diversão enquanto o cigarro queima, atraso de encostar os pés nos dele e de morrer na clichê conchinha. querem coisas diferentes, mas complementares. e talvez essa soma toda se encaixando explique o porquê de dar tantas voltas e retornar pra mesma vontade. é uma pena que a vontade dela em fazer o mesmo que ele quer não seja recíproca.

22.9.13

depois do porre

passei mais de doze meses evitando um copo cheio pra evitar o pós-porre. e fiz isso porque me lamentar pelo não feito fazia muito mais sentido na companhia da lucidez. mal feito, feito. não teve ressaca alcoólica, mas teve ressaca moral. arrependimento de ter usado a velha máxima da "bebida entra e a verdade sai" pra finalmente começar a refletir sobre uma outra história também já conhecida. talvez o amor não seja por alguém ou pelos momentos que tivemos. talvez o amor seja pela sensação de resgatar algo que eu gostaria de ter. mas e daí? e daí que as coisas mudam e eu não sei exatamente quanto foi, mas ficou pra trás. a única coisa que voltou foi a ressaca moral de preferir a morte à sensação de ser algo bem menor do que realmente sou. aquela mesma sensação de quando eu estive em frente ao "você ainda quer um pós-love?".  ver que o tempo passou pra mim e pra você não é tão ruim quanto ver que o tempo passou pra nós. doeu ver que, mais uma vez, como lá no começo, eu era uma das opções e nada mais que isso. doeu ver que enquanto vc me mandava mensagens carnais as sentimentais estavam naquele status de relacionamento voltando a aparecer no perfil dela. só sei que embora ainda esteja doendo, me vejo muito mais serena em retornar o meu olhar pra frente, em recobrar a razão e te deixar ir tanto quanto me deixar também. não dá mais pra insistir em ficar dizendo que você é e foi o grande amor da minha vida enquanto eu fui só a parceira sexual mais marcante. o bom de tudo isso é ter reparado em todos os erros e estar ciente de cada um deles, e mesmo que  tentando não seja possível mudar tudo com vc, talvez eu já esteja pronta pra começar de novo com outro alguém, fazendo tudo certo. ir e deixar ir, vamos?!

4.9.13

qualquer cifra

tinha meus doze anos e reclamava que música nenhuma era capaz de me traduzir. as primeiras frustrações, as primeiras emoções aconteceram e nenhuma cifra conseguia remexer minhas borboletas no estômago. comecei a achar que teria pra sempre um estômago só com lagartas. mas aí veio você e foi colocando as palavras no lugar, revirando os sentimentos e fazendo cada coisa ter um sentido diferente. me conquistou tocando uma música, fez uma música pra mim, me apresentou a música da minha vida, marcou ela em mim e em você. hoje em dia qualquer música brega me faz lembrar você e a nossa situação.quando amanhecer, e aí tempo, te amo e nada mais, te esperando, sinto saudade, caso indefinido, recaídas,diz pra mim, november rain, patience, don't cry, crazy. se puder, leia cada uma das letras e saiba que eu gostaria de ouvir qualquer barulho com você pra sempre.

24.8.13

conclusão

volta e meia leio sobre relacionamentos. leio e observo muito sobre. minhas experiências são todas contestáveis e se aplicam à maioria das coisas que leio, por mais contraditórias que sejam. talvez eu já tenha bagagem o suficiente pra me aventurar em escrever um manual do gênero. mas não me arrisco. aliás, sequer sei se gostaria de me arriscar novamente num relacionamento. cresci romanticamente boba o suficiente pra romantizar coisas sem futuro, e pra imaginar um "pra sempre" com um único alguém. não me lembro se li algumas cláusulas sobre as coisas ficarem mais bonitas, sobre ser necessariamente uma forma de se tornar alguém melhor.. mas hoje o coro tá mais firme, sabendo dos defeitos humanos que eu mesma tenho e humildemente assumindo que sou exigente demais, que sou chata demais pra outra pessoa suportar por muito tempo. meu ego, inclusive, não me suporta. mas ando assustadoramente descrente com a capacidade humana de se relacionar. me recuso a aceitar que esse monstro apelidado ciúme seja premissa de amor. é não, moço. em todos os discursos que vi sobre o tal amor a coisa era menos feia e mais recompensadora. esse fulano anda se alimentando de ausência, de vontades, de desrespeito, de falta de coragem, da não-reciprocidade.. tem nem um pingo de amor nisso aí. já tirei o rótulo, que certamente colocaram errado e tô numa batalha grande pros meus neurônios entenderem isso. tá doendo, moço. não quero mais ser sozinha não. não quero mais amar sozinha também não! talvez eu ainda não conheça o amor. me enganaram, moço.

é melhor mentir

as pessoas costumam achar que é melhor mentir, que é mais rápido e menos trabalhoso. e é verdade! mas não tem fim, é um ciclo vicioso e não existe saída gloriosa. nem a verdade é, porque ficam tantas migalhas, tantos rasgos. mentir não alivia sofrimento. mas me peguei pensando que pra certas lacerações não existe nada melhor que aquele remedinho que arde. encerrar ciclos nunca foi o meu forte. mas não quer dizer que eu não saiba fazer. talvez seja a hora da minha mentira, acreditar que é chegada a hora. quem sabe vire verdade. é chegada a hora. tchau e bênção. crazy, encontre outra música e um espaço pra nova tatuagem da suas novas histórias de amor. a tecnologia já remove tatuagens, vou encontrar um meio de te remover de mim também.

21.8.13

tentativa 953

não é fácil deixar pra trás algo que foi muito bom. o que te envolve e foi ruim, ou muito ruim, eu já deixei. achei que abandonar a parte ruim seria mais difícil, porque teria que lidar cautelosamente com o peso da mágoa. mas não foi. milagrosamente tenho a impressão que a parte boa contribuiu consideravelmente para que isso ocorresse. passou e eu já te disse isso, acho que já deixei perfeitamente claro que toda e qualquer lembrança que tenho destrava um sorriso leve na memória. mas é isso. tem doído demais te ver escolher o pior caminho. não que o melhor caminho seja o meu, mas vejo que eu não entraria nas escolhas que você tem insistido, nem pela sua vontade e nem pela minha. discernimento há, tempo pra entender houve, maturidade passou da hora. só posso concluir que você sabe exatamente o que tem feito e o que vai ser da sua vida desse jeito. tenho desacreditado de todas as mudanças. tenho começado a entender que não ter dito sim quando me foi pedido tenha sido covarde, mas a coisa certa a se fazer. no meu relógio bate agora a hora de te deixar viver à própria luz e à própria sombra. mas continuo sentido imensamente por tudo isso. cta.

20.8.13

reler, de trás pra frente a mesma coisa.

parece falta de ar, parece uma viagem súbita e regressora. mas ao mesmo tempo, percebe que a sensação é maior, mais funda, nem tão rápida. revive nos pêlos sobre a pele a fé que sentia naquelas palavras, simples e nem tão bem escritas mas de dentro, do peito. 

"me espera, vai esquentando o meu lado da cama." "saudades".  acabou, não existe mais a simplicidade, a inocência, não existe mais saudade, fé e nada dentro do peito. de cá rói essa inexistência. cta. 

30.7.13

acredito

eu acredito no amor. acredito que as pessoas se amem e acredito que esse amor pode perfeitamente ser mútuo. acredito no amor da novela, no amor que a minha vizinha sente pelo namorado que tem outras duas namoradas. acredito inclusive que ele nutra algo mais do que amor próprio. mas infelizmente acredito também que a maioria das pessoas ainda não acertaram os ponteiros, ainda não conseguiram sincronizar a hora de se amarem. e lamento, lamento profundamente que o sentimento transborde atrasado, que haja tempo pra encaixar um monte de outras histórias no meio de algo que, se percebe de longe, é verdadeiro. lamento que o sentimento não possa se unir no momento exato para ambas as partes.
e se andar pra frente pode nos levar a lugar nenhum, ficar parada só leva ao pretérito imperfeito, às vezes mais que perfeito.

3.7.13

.

ela sempre desviou qualquer trajeto, qualquer compromisso pra se encaixar naqueles braços feitos sobre medidas pra ela. nos únicos braços que cabiam todos os desejos e toda a calmaria que poderia encontrar no mundo. já até se distraiu em outros, mas nenhum outro par de mãos conseguia tocar seus cabelos da mesma forma, nenhum outro conseguia puxá - lá prum lugar tão seguro e fazê lá querer parar todos os relógios do mundo. e mais uma vez ela guardou no bolso toda a sensação que vinha sentindo há dias só pra poder se guardar nesses braços mais uma vez. e por segundos, talvez os mais rápidos e fundos segundos, soube de novo do que eram capazes aqueles braços. mas quando eles se passaram, uma voz lhe perguntou se seria ainda necessário um "pós-love".  guardou de volta no bolso as moedas que um dia já foram a sua maior riqueza. sua fortuna estava no fim. 


youtube.com/watch?v=iIj07LL57RA

2.7.13

ainda

todos os dias, antes de dormir, ao acordar, e durante qualquer coisa que possa estar fazendo... ela sempre se pergunta porque as pessoas fazem as coisas tão difíceis, e não se conforma por não ser uma exceção. desde sempre acreditou que talvez pudesse ter algum "poder especial", achava que quando o peito doesse era só se concentrar e conseguiria mudar tudo. e ela faz exatamente isso todas as vezes em que ouve aquele barulho se distanciando, fecha os olhos e deseja com todas as forças que ele se aproxime, de novo. ela continua fazendo o mesmo pedido todas as vezes que usa o dado viciado.  ela continua sem entender porque as pessoas que querem a mesma coisa não conseguem querer ao mesmo tempo. mas o barulho que se distancia ainda faz o coração disparar, mesmo que seja pra doer.

9.6.13

perder bem

acordei com a sensação leve de ter perdido algum peso desnecessário. peso de memória. coisa que pesa na gente e não deixa mudar o passo.coisa que não pára porque a gente precisa, coisa que continua e depois volta querendo retroceder as coisas. às vezes a gente tem que marcar o compasso do tempo, tem que se deixar passar também. muito mais que isso, a gente tem que se conformar que cada um tem seus propósito ou a falta deles, e que isso não pode nos afetar de forma a esquecer os nossos. sensação leve de perder o desnecessário. bom, nem tão bom. mas amanhã será muito melhor. 

3.6.13

Dói

Dói na entrada e na saída. Dói quando começa e quando termina. Acho que dói mais ainda quando você percebe que está acabando. Quando percebe que não tem mais graça se fazer presente, quando não interessa dar a atenção de antes. Quando a cada quatro palavras, 2 são ofensas, 1 é de mágoa, 1 de defesa e 1 vírgula é de pesar, de medo de confessar que aquilo que já foi um dia passou. Dói os dois ficarem procurando razão, e procurando a posse dela. Dói procurar um jeito de curar o que já está remediado. Dói querer as mãos nos cabelos e dividir o edredom no frio atípico da segunda feira,  dói só ter uma mensagem recebida e não ver nela escrito que já está chegando. Ou já está acabando,  a dor de entrar ou a dor de sair.

10.4.13

aí você começa a sentir de novo uma sensação que nunca foi embora. começa a ter os mesmos pensamentos, agora acrescidos de uma maturidade que não faz diferença frente os fins. serenidade. agora é mais fácil conseguir se desprender dos porquês.. te perguntam se agora existe uma dor maior ou se é uma outra dor. é a mesma, contínua e sem grandes alterações. mas é uma dor serena. é o único adjetivo que consigo empregar a essa minha companheira assídua. serena porque agora é compreensível que, embora não convencional, será a saída. porque aos poucos percebe-se que não existem outras. porque entende-se que tudo o que poderia ser, foi feito. tudo o que precisava de desinfecção do orgulho, também. paciência com todas aquelas que não podem ser consertadas, paciência com tudo o que fica e com tudo o que vai. 

acidente ou veneno?

5.4.13

só mais uma submersão

tem hora que a gente cansa de lutar contra a correnteza. que afunda um pouquinho pra descansar e tentar entender que é preciso procurar de novo alguma forma de respirar tranquila. e durante essa submersão necessária vem também uma correnteza de memórias, uma correnteza interna que arrasta sentimentos e os mistura com a certeza do incerto. fica tentando entender porque o céu é azul, explicar a grande fúria do mundo. e entende que não há nem filhos pra tomar conta de você. é hora de voltar pra superfície, tentar respirar de novo, como se não houvesse amanhã.

9.1.13

porque doer sozinha nunca foi um hobbie, mas um talento. e acontece das formas mais inóspitas e às vezes nem tão sutis. dar adeus, a Deus, sempre me pesou um pouco mais. talvez pela pouca quantidade e pelo grande significado que as coisas costumam tomar pra mim. sabe quando você tem alguma coisa nas mãos e parece não ter sentido algum, seja qual for o ângulo pelo qual se observa, mas que na memória, ainda mais quando comparado a outra coisa, faz até estralo....e aí as interrogações do teclado somem, mas as da cabeça martelam sem parar..

e vc tenta arrumar uma desculpa pra escolha que fez, mas todas as lembranças que consegue resgatar são simplesmente infinitamente boas..e só consegue entender que faz falta, faz muita falta e vai sempre fazer. mas as escolhas foram feitas, os caminhos foram tomados e vc só espera o momento em que deixe de fazer sentido novamente. ou que o novo sentido sobreponha toda e qualquer lembrança. 

10.12.12

querer pra sempre

o problema em querer pra sempre são os dias que se seguem até esse sempre. às vezes são pesados demais, às vezes leves demais. mas existe sempre alguma coisa alfinetando, existe sempre os dias que já se passaram, com outras pessoas, outros desejos, às vezes até os mesmos. e quando são os mesmos alfineta mais fundo. pena a gente não poder ser o primeiro em tudo com quem a gente quer pra sempre.

6.11.12

o amor agora

amor não é aquilo que te conta uma mentira pra abrandar o desespero, amor não é aquilo que propõe algo que jamais terá coragem de fazer pra resolver momentaneamente alguma coisa, amor não é o passado que te bate à porta pra judiar com boas lembranças enquanto as ruins te fazem doer todos os dias e ainda o farão por muito tempo. amor não é o prevalecimento de uma vontade, é o consenso de que talvez nem tudo dará certo mas que ambas as partes estarão lá para não deixar que a corda se parta.

24.10.12

reafirmando

às vezes a gente nasce pra ser uma vírgula ou qualquer aspas que passa pela vida das pessoas e quase nunca são reparadas, às vezes simplesmente remanejadas. tem gente que nasce pra substituir os grandes pedaços que outras gentes deixaram, enquanto outras melhores ainda não chegaram. a gente insiste em ser a exclamação de alguém, em fazer a diferença em alguma coisa.. porque isso enfim vai fazer a diferença na nossa vida também. mas talvez não aconteça. tenho medo também de nunca mais encontrar quem susbtitua o espaço que deixaram em mim.

13.9.12

24 horas de azar

porque eu sou mulher e me coloco no direito infantil e ridículo de sentir coisas absolutamente opostas num curto espaço de tempo. na verdade isso era pra ser um questionamento e acabou se auto-respondendo. mas  é incrível como a gente consegue trair as próprias convicções de uma vida toda, em algumas horas. amor-próprio, amor ao próximo, amor de amor, amar o amor. quero não. dá trabalho, dá preguiça, entedia, dá frio na barriga e aquece a alma. é uma droga! fiquei maravilhada naquela meia hora em que tive a mesma convicção de antes, aquela certeza de querer e precisar estar sozinha. e vou dormir revoltada de assim estar, de assim não querer. e vou, mais uma vez, usar as poucas horas de tentativa de sono que me afetam pra tentar fazer passar um pouco disso tudo, pra esquecer um pouco desse nada, que pra mim é muito denso. outra vez, 24 horas de azar, de tumulto interno.

30.6.12

dias de clarisse

a gente muda os caminhos, tenta mil e uma novas maneiras de se manter afastado daquilo que a gente realmente é. impossível, a maioria dirá. e eu concordarei. já são mais de 8.000 dias de clarisse.

25.5.12

ainda não



quando a gente tem vontade de dizer "eu te amo" mesmo sem ter certeza do que isso significa. mas aí vem o medo de estar sendo apressado demais, de atropelar a ordem natural das coisas, de repetir todos os erros, de sugar cada segundo de intensidade e fazer acabar mais rápido. mas também tem o medo de não ter a mesma oportunidade, de acabar sem antes dizer e mostrar. e a gente fica perdido nesse instante, entre o querer e o não saber dizer. vagando entre as aspas, os espaços, e cada detalhe mínimo disso que é amar, pra no fim sequer saber o que é o amor. pra descobrir que isso ainda não é amor.

Florence and The Machine - Never Let Me Go

12.5.12

conta conta-gotas

eu poderia enumerar milhões de coisas que me deixam feliz de provar aos poucos.. aliás, poderia? a bem da verdade, refletindo a respeito, só consigo chegar a uma conclusão: eu gosto é de derramar rápido. gosto do susto, do muito, do tudo, agora. algumas coisas foram feitas pra durar a eternidade que precisam mas pra mim a eternidade significa intensidade. simplesmente porque vai lá e cava na gente um lugar no peito e na memória. esse negócio de  administrar pequenas doses só serve pra dissolver tudo mais rápido, pra oferecer o incômodo lento todos dias. 

1.5.12

órgão oco



"O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas. O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral.A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos." #wikipedianeversaves

não, eu não estou estudando anatomia. embora seja muito mais interessante e minha vida acadêmica estaria imensamente grata por isso. estou há HORAS lendo, relendo e tentando desenvolver um projeto de saúde pública e não tenho nem uma página de produção. mas PORRA, como assim saúde pública se a saúde do meu órgão oco se reduz a simplesmente estável. mas a parte boa de ser totalmente desprovida de uma capacidade de concentração é que agora eu entendo porque alguma coisa aqui dentro de mim soa um eco imenso (ou intenso). "o coração é um órgão muscular oco." OCO, minha gente. taí a minha explicação. não devo ser a primeira a ter vontade de inundá-lo com alguma coisa que o faça abandonar essa característica fisiológica e absolutamente psicológica. talvez aí resida também a explicão da minha irresponsabilidade com os sentimentos alheios: minha válvula  mitral deve estar funcionamento muito bem, e o meu "sangue" só tem uma direção. parece que essa coisa que enche o peito da gente só chega até mim numa única direção e nunca sequer consegui ver a proporção inversa. "hoje eu queria alguma coisa que continuasse", mas quero alguma coisa que sai de mim e volte pra mim. é pedir muito? domingo é dia de clichês, bebê. [ops, hoje não é domingo (!) posso morrer, então? ou só continuar no caminho sem fim da saúde pública? SUS, wait for me.]


24.4.12

vontade de inchar o coração

correr os riscos patológicos de ser gente, se sentir toda e qualquer emoção à flor da pele. de ser exagerada, de ouvir eu te amo e dizer o mesmo como"se não ouvesse o amanhã", de curtir qualquer nostalgia sem peso nem culpa, de ter muitas esperanças em tudo, de correr todos os riscos de me sentir viva. de sair da UTI da realidade, de ser um pouco menos pessimista e de "receber todos os afetos do mundo".

10.4.12

estupidez humana

é perder o foco pra se distrair com o coração. tantas outras coisas interessantes pra estudar na anatomia e eu me preocupando com meu próprio coração? PELAMOR, vamos parar com essa esperança desmedida de que um dia isso vai amolecer esse coração medíocre, minha filha! esse seu coração reciclado não precisa amolecer, ele é mais racional do que você e disso você sabe muito bem .. não vale a pena. celebre a sua estupidez, o seu jeitinho Hulk de amar, porque você só precisa disso pra não quebrar a cara de novo! 

8.4.12

devoro, devoraria.

quando você sabe exatamente o que tem que fazer, mas fica na vontade de viver os extremos de todo e qualquer sentimento que bate na porta. vonta de ultrapassar a caixa alta do EI VOCÊ, correr e despejar todos as sensações duma vez só e lutar com os ponteiros do relógio enquanto isso acontece. vontade de saber o que existe além da imaginação, de experimentar cada milímetro da realidade à flor da pele ou de levar na cara de uma vez o sopro frio do "não". porque esse silêncio da imaginação mastiga o sossego e a gente vai ficando aos pedaços. mas aí, Djavan, como ficam esses sinais? me confundindo sempre, da cabeça aos pés, vivendo pra esperar devorar..?

5.4.12

carência não tem originalidade. canta, caê!

te quero só pra mim, você mora em meu coração. não me deixe só aqui, esperando mais um verão. te espero meu bem, pra gente se amar de novo..mimar você! nas quatro estações.. relembrar..
o tempo que passamos juntos... bem bom viver, andar de mãos dadas na beira da praia.. por esse momento eu sempre esperei.

depressão pré-aniversário



tem muito a ver com os ponteiros do relógio se movendo histericamente, mas tem muito mais a ver com um "não-pertencer". pelo menos comigo é assim. tantas coisas na vida já descentralizam as atenções para um dia que deveria significar alguma coisa, aí vem mais essa falta de amor-próprio e de amor dos outros pra me ajudar nessa incrível arte de querer fugir pra simplesmente não ser esquecida de ser lembrada. poderia muito haver um buraco no qual se enfiar num dia desses. eu já o teria utilizado 23 vezes.

31.3.12

sódádê

orkut pra mim é saudade. porque tudo que ficou demodé me traz saudade. pra mim nunca sai de moda e eu não tenho preconceito algum com isso, aliás meu sobrenome deve ser saudade. rever me faz reviver tantas coisas, milhares ruins e tantas outras boas sendo substituídas. coisas boas não devem ser susbtituídas, mas são e eu não sou ninguém pra impedir o progresso desse tipo de coisa, sou vítima também. cada palavra retoma seu peso enorme dentro de mim, incrível.

24.3.12

lucidez burra

tem coisa mais irritante do que dependência afetiva? esse "auto-compromisso" de ter em quê se apegar pra não despencar do barranco da realidade...e a gente passa a vida nessa ladainha nem tão constante, mesmo com centenas de clichês sobre amor próprio esfregados na cara todos os dias. ainda assim iludir-se é tão bom, cumpre direitinho o papel anestésico que nos propõe. mas aí, eis que os raros momentos de lucidez nos arrastam para o óbvio..e a gente escreve, anota, esconde em qualquer lugar fácil de achar, que não é assim que tem que ser. que outras doses de anestesia virão porque, hora ou outra, o suficiente já não satisfaz. até o próximo momento de lucidez a gente vai se iludindo, e esperando que a lucidez demore mais pra voltar. ou não.

4.3.12

de muitas coisas que precisam ser derramadas


numa nova jornada, que por pouco não se parece mais um daqueles seriados que me viciam e me prendem da cabeça aos pés, ouvi mais uma vez a frase: "por opção, não quero ter filhos". por mais indignação que isso possa atrair, confesso que vi uma doação incrivelmente linda por trás disso. às vezes ter a opção é o sustento, às vezes o delírio dos que não têm por prática a decisão. qual o problema de uma pessoa pensar na dedicação a si própria? o problema é quando essa dedicação pára por aí. mas no caso acima citado foi em nome da doação ao saber, da prática deste saber em função do próximo. e tem coisa mais bonita que isso?

desde sempre sou a menina que prefere ficar sozinha, que nunca quis se casar ou ter filhos. que prefere o conhecimento à perda de tempo.  nunca me vi com uma vida que eu já conheço de cor e salteado, assistindo de camarote. fiz o que pude, e o que não pude, para desviar meu caminho e quase o terminei antes da hora. e isso se fez pesado por muito, e muito, tempo. hoje pesa dum jeito diferente. interessante isso de atribuir valores absolutamente opostos às mesmas coisas.

e mesmo sabendo exatamente o que queria, vivi tantas outras coisas absolutamente opostas. cavei o meu poço infinito, me distraí com as luzes alheias, me diverti com elas também. envolvi muito de mim nisso, e não me arrependo. não me arrependo simplesmente porque isso me trouxe de volta o foco do qual eu precisava, porque mais do que nunca me trouxe, literalmente, de volta à vida. e por mais que eu morra todos os dias, não morro aos poucos, a minha intensidade não me permite. viajo pelos meus próprios extremos, e vivo nesse loop eterno de vida e morte, e vida novamente.

embora não esteja provida de opções, não tenho me sentido exatamente frustrada. e o que antes parecia se destoar tanto de um propósito de vida, hoje faz claramente todo o sentido. continuo a "menina" que prefere ficar sozinha, que nunca quis se casar ou ter filhos. mas sou também aquela que se doa até se sentir esgotada, que se desgasta por isso mas que insiste na doação e se sente feliz, apesar de tudo, por ser assim. e, involuntariamente, me percebi alguém que precisa sim de um pouco da normalidade da vida. que precisa ter o coração massageado de vez em quando pra saber que ele ainda existe e que apesar de doado, bate só em mim.

sabe essa visão embaçada de quem precisa de uns detalhes pra se distrair enquanto busca o que realmente quer? necessidade de se distrair, de fazer ficar mais leve. mas às vezes a gente se dristrai muito, mais do que o necessário, e começa a doer...

23.1.12

pertinência


aquele menino, que há uns dias (ou 8 anos atrás) que me cantava uma música infinita, me contava mil e uma coisas da vida, quase deixou de falar comigo por causa da namorada, me contava os planos de uma faculdade de turismo, ou me ligava de madrugada quando aquela dor imensa batia.. aquele menino não é mais um menino, há muito tempo não nos falamos, já é pai de um outro menino LINDO, está casado e fez outra faculdade. mas continua aqui dentro, do mesmo jeito.

estranho a gente começar a fazer parte de coisas que sequer tem idéia. não tão estranho quanto fazerem parte da gente também. às vezes é só um bate-papo, uma paquera ou uma amizade eterna. às vezes a recíproca não se equivale em intensidade, mas fica tudo fazendo tão parte da nossa vida.. há tantos pedaços desses que integram o que construí de mim. mas a vida continua passando e escorrendo um pouco dessas coisas que ficam, ainda bem, impregnadas na gente. 

16.1.12

sentimento não tem hora

sempre fui muito fiel a essa verdade. mas de repente me vejo completamente avessa a todas as minhas verdades que cogitam algo sobre sentimento. as horas todas do dia comprimidas num só momento e eu tentando não fazê-lo passar. tenho sentido uma vontade imensa de ser diferente, mesmo que isso jamais tenha sido uma hipótese. meus bons sentimentos estão atrasados, perderam a hora de chegar. poderia ser um amor qualquer. qualquer um daqueles de preencher todo o resto.

11.1.12

pessoas instantâneas

assim como as coisas, há pessoas que nos ocorrem e escorrem com a mesma facilidade. a maioria delas vêm com uma força capaz de cavar buracos imensos na memória. e a gente passa o resto da vida tentando, procurando e vivendo uma série de outras coisas pra servirem de entulho pra ocupar esses buracos. mas às vezes eles sào tão fundos e tão bem sustentados na ilusão que nunca mais podem ser encobertos. talvez essa ilusão explique toda essa eternidade, já que ela não deixa que haja um final (feliz ou não). a única certeza é que no fundo dessa buraco há uma mina de saudade, e às vezes ela consegue transbordar...

18.12.11

aham, era mentira.

às vezes tem coisas que a gente gostaria de dizer, mas não sabe como e muito menos pra quem. às vezes até tem destino certo, mas as palavras ficam sambando só no pensamento e sequer chegam perto de quem deveria ouví-las. às vezes essas palavras simplesmente morrem com a gente, junto com um monte de outras coisas que só acabam quando a gente também se acaba, por mais que a gente tente matá-las todos os dias. há certas coisas que nem o tempo pode resolver. no final das contas, sabe aquele papo de não querer confundir as coisas? era mentira! e a gente se faz mentir por tão pouco né? por negar certas coisas que realmente merecem ser negadas, que parecem pouco. no fim das contas, esse vai ser só mais um sentimento mal resolvido. mas eu realmente espero que a rotina estressante do pensamento seja presente na sua vida também. porque dividir tudo era muito, mas isso é merecido e não fica nas vagas palavras de alguém que perdeu. ficam nas suas também, porque foi você mesmo quem as disse. então vamos deixar essa história nada promissora no pensamento, no meu e no seu, como deve ser. mas era mentira. 

14.11.11

don't you remember

você insistiu novecentas mil vezes pra que aquela coisa chamada amizade voltasse a ter um lugar entre a gente. não achei necessário. corri e tive medo que as coisas mudassem de nome e você pudesse confundir tudo outra vez. e aí, depois de anos, resolvo que talvez isso possa acontecer. mas olha, essa sua auto-estima anda muito alta, mesmo. a oportunidade apareceu e você jogou fora. tudo bem, é o seu direito e o seu dever de manter suas relações tranquilas. mas faça-me o favor de não achar que eu queria confundir as coisas. eu realmente não queria. 

31.10.11

desvio

tenho ocupado meu tempo. tenho trabalhado mais de 12h por dia, tenho fingido que estou estudando, tenho participado da amizade alheia, tenho intercedido nas crises alheias, tenho me dedicado totalmente a preencher o vazio alheio. tenho ocupado meu tempo com isso, pra não ter que olhar pra dentro. e o que está lá, dentro, grita pra mim que também está sozinho. vazio.

30.10.11

tutorial da vida

sou ótima pra emprestar as minhas coisas. e para perdê-las também. porque de repente parece que elas adquirem vida própria e se revoltam contra mim e contra qualquer ser humano que as queiram também. emprestar suas coisas é um caminho sem volta, acredite.. embora eu ainda esteja me recusando a acreditar nisso. não empreste, JAMAIS, a sua boa vontade, porque ela vai junto também. sua gasolina, suas maquiagens, seu computador, suas roupas, seu condicionador, seu cartão de crédito, a última bolacha do seu pacote, isso tudo você até compra de volta. mas, baby, não empreste a sua paciência. ela vai sumir também e tá difícil encontrar mais por aí!

28.10.11

querer

quero morar sozinha, quero minha independência afetiva, quero ter um filho, quero ter os meus 4 cachorros comigo sempre, quero passar o domingo inteiro de pijama, quero ouvir música alta de madrugada, quero ter pra quem ligar e conversar 4 horas seguidas, quero alguém que entenda as minhas entrelinhas, quero a mim mesma e só isso. 

23.10.11

n.d.a

fazer prova doente eu até encaro. tosse, febre, olhos ardendo e tudo mais. já passei por isso outras vezes, já perdi a concentração outras vezes por outros  motivos. mas dessa vez, entre uma questão de matemática e outra, me peguei fazendo as contas de quanto tempo faz que eu não sentia a mesma sensação pertubadora. nda, nenhuma das respostas anteriores. ainda não achei o gabarito pra explicar essas coisas do coração. tinha outra coisa doendo, dentro de mim.

17.10.11

[des]espero

confesso ter gastado meu tempo e a minha economia de paciência acreditando numa segunda impressão das pessoas, que derrubaria essa minha mania de entendê-las maliciosamente. mero desperdício, as pessoas parecem ter necessidade de serem compreendidas por trás do que se apresentam... e deixam escapar qualquer vestígio que infelizmente consigo captar e armazenar na minha memória-cão (que eu preferia nem ter).
desanimador, descompensador.. des.. prefixo sem vergonha esse. existe com a maior autoridade de negar as melhores coisas e com a maior sacanagem de transformar outras tantas num deserto dentro da gente. esperar já não é lá o melhor das atitudes humanas, deixar de fazê-lo é mais que humano. desesperar é o que resta às nossas boas intenções.

29.9.11

saudade dos meus 16

saudade dos meus 16 amigos que nunca tive, dos meus 16 dias de amor não correspondido, das minhas 16 horas insones diárias, saudade dos meus 16 anos. da sensação louca que era simplesmente tê-los, em minhas mãos e tão distante de mim. dos contornos ultrapassados, dos amores que mesmo não parecendo verdade preenchiam algo. saudade de fazer loucuras, de ter tempo para fazê-las. de caminhar só com o cigarro, sozinha, à noite, sem calor, sem frio, sem sensação alguma. saudade de fazer parecer não ter sentido, de não ter razão.

26.6.11

dos que já desistiram / você não soube me amar

desistiram todos de alguém que já desistiu também. uma mãe que dispensa pequenas boas e sinceras ações a ela dispensada. um pai que não chama a atenção por algo hediondo com medo de magoar a filha suicida. um irmão que espera que ela conte aos conhecidos como foi que tentou se matar. uma irmã que se espelhava e agora lhe deseja o desprezo comunitário pra poder se sobressair. um  namorado que aguenta tudo só pra não encarar a falta de amor lá fora. e uma porção de adjacências que finalizaram suas decepções naquele leito de reanimação. mas talvez ela não tenha desistido, exceto de desistir.  aas dispensa, dispensa com toda a certeza, essa atenção cara.

18.5.11

espaço

eu não tenho alto astral, mas já tive amor. já tive muita fé nesse amor  que nem era pra mim. já caminhei pela mágoa, pelo auto-inexplicavel. isso existe? digo, essa minha ciência do nada para o nada? se existe não sei, mas toma muito espaço em mim.

3.5.11

receita: para perder o respeito

para perder o respeito de uma pessoa basta dizer-lhe que a ama, dedicar momentos infinitos de carinho “gratuito”, de disposição para o estreitamento da distância e umas poucas mentiras sólidas.  invista nos ingredientes, mas não deixe-os descansar.  faça parecer que ela é o que verdadeiramente importa, culpe-a por isso mas continue agindo sobre os panos... e depois abertamente, muito claramente. pronto, está tudo pronto.

16.4.11

aprendendo com seriados

bem, essa sou eu exatamente como eu gostaria de estar na madrugada de um sabado: na minha propria casa, assistindo uma serie qualquer sozinha. bem, talvez nao seja exatamente o que eu gostaria, tem uma ou duas coisas sobrando e algumas faltando. MAS tenho aprendido muito com grays anatomy. digo, nao a medicina, claro. mas tenho aprendido sobre o que falta, pelo menos. sobre o que sobra e antes parecia que faltava, tambem.

5.4.11

direitos informais

eu tenho o direito, mais uma vez, de estar cansada de estar sempre cansada. alias, o que eu mais uso em defesa propria , e auto-destruicao, e o fato de ficar enumerando os meus direitos superficiais de so ficar falando ate finalmente poder me acalmar. falando pelos dedos, sem acentos e sem acertos, e fazendo parecer que funciona. pois bem, estou cansada de nao parecer satisfeita nunca. de so considerar isso negativamente. de simplesmente nao ser alguem normal que nao se satisfaz com qualquer coisa e quer sempre mais, digo, vive positivamente. pois e, eu sou o contrario. sou sempre o contrario. e [ nao posso parar de escrever pq perco o raciocinio desprezavel, e acabo de ir olhar o arroz que deixei queimar e agora alem de perder a merda de linha de irracionalidade que eu tinha, perdi tambem a fome que nao me apareceu hora nenhuma deste dia.] sou a melhor pessoa do mundo pra ficar reclamando e falando coisas nada atraentes.

19.3.11

nossa culpa

juro que relutei muito em dizer isso aqui, mais uma vez. mas estar sozinha, nessas horas, nao ajuda muito com a angustia de ter que ficcar calada. planejei mil vezes em me limitar a nao dar explicacoes, a dizer apenas que "ir dormir pensando numa coisa, sonhar com outra e acordar com outra totalmente oposta nao quer dizer nada, os sonhos em sempre mudam a vida da gente". eu estaria sendo pessimista e totalmente fora dos padroes de gente que vence na vida. é mais ou menos por ai. mas ai eu deixei certo tempo me corroer e bateu uma necessidade de me justificar, de dizer que nenhuma dessas coisas pode me culpar por esse fracasso generalizado. ok, eu fui imatura, eu deixei o tempo passar. mas em tempo de ambas as partes desejarem que algo desse certo, eu tentei. e, olha, falhamos juntos. eu tentei quando... nao importa. nao mais. eu ja assumi a culpa sozinha. mas, falhamos juntos e eu nao fiz sozinha. bjs

3.3.11

where is the ...?

ha uns dois ou dez anos atras eu tinha alguem pra contar algumas coisas. digo, ha dez anos era alguem que simplesmente nao existia atras de alguem inventado por outro alguem do outro lado da internet, e ha uns dois era alguem bem conhecido e que simplesmente carregou o fardo por mais tempo do que esses singelos 24 meses que ja se passaram. e agora eu continuo minha saga de falar sozinha pelos dedos, sem sequer esperar um feedback qualquer. porque dizer que o mundo ja nao te suporta e tao reciproco quanto cliche. nao foram so os acentos que sumiram da minha vida.

13.2.11

amontoado

eu poderia ser um amontoado de várias coisas. um amontoado de coisas biológicas, de ossos, de lipídios e de mais um monte de verdades. digo, separadas ou não. mas sempre que eu teimo em viver a minha vida normalmente, desta pilha de coisas inevitáveis só cai mágoa. sou um amontoado de mágoas. ativas e passivas. e é só disso que quero me livrar.

10.2.11

quando

quando, com muita dor, tem-se que dizer adeus. você sustenta uma parte considerável da sua vida esperando por algo transformador em sua vida, e isso acontece... mas num sentido literal demais. vem a dor da transformação e depois a dor do abandono. necessariamente proposital, mas sem intenções. impossível entender que tais situações possam coexistir numa mesma esfera comportamental, mas absolutamente de acontecível. porque algumas coisas não podem ser sustentadas ao mesmo tempo, por mais desejadas que sejam. dizer adeus ao que parece eterno. pareceu antes, continua parecendo.

1.2.11

follow down

cuidado com o seu direito de ter um dia depressivo. quer dizer, todo mundo tem desses dias, quase todo mundo sabe lidar e quase sempre ele passa. o dia, ele quase semrpe passa. às vezes ele fica tão presente que se confunde com todos os outros processos de continuidade e tudo parece culpar aquelas 24 horas inoportunas que um dia chegaram pra você. eu tenho uma coleção desses, e hoje abri o baú onde estão guardados.

9.1.11

au revoir

quando você precisa abandonar um hábito, por mais seguro que ele lhe pareça. e não é só dizer adeus a uma estabilidade disfarçada, é também dizer adeus a uma escolha que não foi feita. porque às vezes a vida te apresenta umas implicações que andam paralelamente às descomplicações e isso realmente quer dizer que elas nunca se encontrarão. mas eu posso de repente interromper alguns desses designios, talvez seja mais um dos  itens dos meus direitos irrevolucionários que carregam a carga de me desculpar isoladamente por toda as minhas atitudes irremediáveis. mas nós sabemos, nesse caso, o que significa uma medida a longo prazo.

2.1.11

direito

por que é tão simples ao não afetado perdoar? mais simples ainda seria responder a este questionamento. alguém poderia dizer que é porque não lhe custou as lágrimas, as dores ou a solidão inevitável das infinitas possibilidades do rompimento. é ano novo e eu seria apedrejada se dissesse que escolhi não perdoar. pois peguem suas munições, eu aceitaria perfeitamente esta escolha por simplesmente ter o direito sobre ela. embora não tenha sido exatamente isso, ressalto que tenho o direito de não perdoar.

25.12.10

doce

se nos abandonei, não foi por mal. nunca é. sempre corri atrás de uma manutenção ilusória dessa coisa transcendental entre nós. aliás, nem sei quando foi que chegamos a estar no plural, talvez alguém até tenha percebido mas eu nunca consegui ultrapassar os limites da minha própria imagem refletida num vão imenso... que cabia tanta coisa e até chegou a ser preenchido com tantas esperanças. talvez a transitoriedade não seja meu grande forte. e não está sendo agora, por mais que eu tenha insistido nisso. e aquele laço forte da dor nos uniu, e separou. que seja doce, pra você. porque pra mim esse amargo da insistência também vai passar.

27.11.10

?

quero me afogar numa centena de livros, num apartamento inabitado, na minha vida descontrolada de sempre, com direitos escabrosos que se desencontram com qualquer política moral e só. é pedir demais? achar que tudo finalmente parece estar dando certo é só o começo da catástrofe. [continua]

3.11.10

ocupar

e se, de repente, eu te disser que o segredo para a solução de todos seus problemas se resume na imensidão dessa palavra? eu diria que novamente estou tentando encontrar a solução para os meus problemas fingindo que todo mundo tem deles também. mas ok, nós sabemos que existem algumas dúzias de pessoas que vão se identificar com essa parafernália psicológica, mesmo que nunca leiam ou saibam da minha existência. essas pessoas existem e estão por aí tão perdidas e distraídas como eu. distração é um grande paradigma pra mim. e isso eu explico simplesmente desacreditando. mas é isso aí, manter-se ocupado é simplesmente magnífico para os seus abismos mais particulares. você simplesmente os rodeia sem que possa se lembrar exatamente de sua existência. e macula a sua própria existência, e acredita ter uma série de missões humanas e comuns. porque você sabe, realmente, que não passa de mais uma coisa comum. e os seus abismos, ficam lá, afogados no próprio vazio. mas, claro, isso não quer dizer que eles não estejam lá. sempre lá.

30.10.10

auto-entrevista

e estamos antipáticas às funções, uma da outra. às vezes nos tornamos mais que duas, que na verdade é só uma fazendo pressão para saber o que realmente se passa nas entrelinhas dos próprios pensamentos - por vezes indecifráveis.  e nos arranhamos verbalmente, e nos estranhamos inutilmente. e pergunto se é esse o caminho pelo qual realmente sempre sonhou atravessar, e ela não sabe exatamente responder. se empolga com a própria ansiedade para falar e se empola com a ausência do que falar. e ela me pergunta se isto é realmente o que eu gostaria de saber, e me enrolo nas minhas próprias dúvidas. afinal, parecer concrezitado não quer dizer que isso seja fato. esse manto colorido pode ser, a qualquer momento, desmanchado. achar que o companheiro é absolutamente maravilhoso porque faz tudo o que ela quer é só mais uma desculpa para não chegar até a única resposta correta para todas essas perguntas internas e eternas: não, não.

26.10.10

perdão

é claro que eu sou do tipo que acha o perdão algo supremo e necessário. mas nem por isso sei aplicá-lo muito bem na minha vida. perdão pra mim é como uma ferramenta mecânica, não sei usar mesmo. já fui lá, fiz uma limpeza mental, conceitual e experimental pra tentar dar moradia a esse fulano no meu coração. mas olha, houve rejeição. pelo jeito ainda não consegui perdoar o próprio perdão. pois é, ele já me enganou direitinho e mágoas sobraram. talvez isso explique minha imensa dificuldade em conseguir abstrair o passado. de novo, passado. mas também o futuro, porque todo mundo sabe que os dois estão tão amarrados quanto a minha cara de quem não sabe perdoar. e eu não sei perdoar a ausência e muito menos a presença - indevidas, claro. além do mais, sou absolutamente possessiva. e isso é o ingrediente complementar para não alcançar a dádiva do perdão. alguém, um dia, me explica o que significa amar e só conseguir desagradar a quem se ama, mesmo quando tenta agradar? não perdoo.

9.10.10

próximo!

retomar o passado sempre foi mais do que um hobbie. talvez tenha sido uma alça para a minha despencante falta de coragem de prosseguir. e me agarrava da forma mais contundente possível e vivia porque me alimentava das memórias. mas acredite, eu jamais me vi agarrada a alguma memória de amor. sequer o amor-própio. e por um motivo que baila entre esses outros, me vejo obrigada a continuar. não pela falta de coragem de resgatar o que ficou pelo caminho, não pela falta de coragem que encarar os que observaram essa transição maluca de decisões e frustrações. mas pela gotinha cultivada de amor-próprio ao nada que me preenche. porque as palavras me são doídas e porque saber que eu realmente não poderia fazer nada agora. não agora. então continuo, e continuo porque o "para sempre" não coube a mim, nem para mim.

7.10.10

sossego não

o sossego definitivamente não é pra mim. mesmo que eu corra desesperadamente atrás dele ou que ele faça o caminho inverso até mim. de que me adianta conseguir sair ilesa de todas as aflições, de todas as ansiedades, e não conseguir sequer manter calmo o meu coração? eu preciso é que ele trema, de medo, de frio e de coragem de fazer o impossível, o repreendido, o condenado... e que se esbarre por novas tentações pelo caminho. não sou para o amor, apenas me aventuro nessa inexplicável sensação buscada por todos. não sou para as raizes de toda e qualquer coisa que a vida insista em fixar. quero amar uma dúzia e me deixar voar para os braços de outros cem. quero que meu olhar percorra o mundo só com a satisfação do meu coração, sem que ninguém tenha que recebê-las por mim.

26.9.10

de qualquer forma

não gosto das formas nem da paciência necessária para a admiração, mas o conteúdo é indispensável:

Livro de Leitura
O mais singular livro dos livros
É o Livro do Amor;
Li-o com toda a atenção:
Poucas folhas de alegrias,
De dores cadernos inteiros.
Apartamento faz uma seção.
Reencontro! um breve capítulo,
Fragmentário. Volumes de mágoas
Alongados de comentários,
Infinitos, sem medida.
Ó Nisami! — mas no fim
Achaste o justo caminho;
O insolúvel, quem o resolve?
Os amantes que tornam a encontrar-se.

Goethe


22.8.10

that's alright, mama [?]

eu não gosto de sair. não vejo graça nenhuma em esbarrar em pessoas conhecidas e que, num passe de mágica, se tornarão absolutamente estranhas. não que algum dia deixaram de ser, mas minha opinião pessoal não vale grandes coisas a essa altura do campeonato. enfim, posso variar radicalmente de ambientes e sempre tem algum rosto já visto por lá e isso me incomoda absurdamente. então eu me horrorizo com a possibilidade de encontrar alguém que foi meu amigo durante toda a minha vida e agora é só um conhecido, ou alguém que foi só um conhecido e se tornou um grande amigo mas agora não passa de um conhecido, ou alguém que foi meu melhor amigo durante a infância da qual não me lembro exatamente, ou encontrar alguém que sabe dos meus fortes ou dos meus podres, ou sei lá o que. só o fato de pensar em dedicar alguns minutos falando sobre coisas do passado já me deixa preguiçosamente agoniada. não que tudo tenha sido absolutamente ruim. mas incomoda e eu não saio de casa por isso, e por mais algumas coisas que eu não conseguiria explicar mas que se resumem nessa prolixidade. então eu deveria pelo menos pensar na possibilidade de me mudar dessa cidade. do país. ou do mundo. se bem que esta última alternativa é bastante utilizada ainda que mentalmente.

3.8.10

pra quê assumir?

acho que a essa altura da minha vida seria bem mais fácil assumir um relacionamento homossexual, uma carreira narcotraficante, sentimentos pedófilos, câncer ou qualquer coisa realmente desastroza para a maioria dos pais e pessoas adjacentes. mas olha, anda muito difícil pra mim ter que respirar milhares de vezes no mesmo dia e manter isso normal. mas, obviamente, não existe razão e circunstância que seja esclarecedora o suficiente. porque, poxa vida, eu só estou brincando de viver essa vida real e estúpida. necessariamente estúpida. já arrisquei a rotina da bohemia, dos livros, da língua estrangeira, do ensino superior, da nicotina e (finalmente e não mais importante) do casamento. nada oficial demais para ser estampado em qualquer certidão. mas tudo real demais, forte demais, e tem destruído cada ímpeto de forças das minhas ridículas entranhas. é isso aí, não existem motivos bons o suficiente para assumir essa crise de pânico que me assola a qualquer hora do dia, com sua sinfonia de sensações horríveis.

28.6.10

conexão fail

tão torturante quanto qualquer atividade interessante interrompida por conta de uma conexão malvada. é que antes havia uma sintonia tão mágica que qualquer coisa colaborava. compartilhávamos cada minuto vivido e cada [in]certeza sobre as coisas mais banais e impossíveis. e erámos uma família bem conectada, com suas picuinhas e cheia de símbolos, significações e até hierarquias. era mais afinidade, sobre qualquer coisa, entre qualquer um de nós. mas pensando bem, o que nos unia era algo muito feio e ruim. talvez fosse a dor, talvez a pena, talvez um infinito de sentimentos que precisavam ser consolados e se consolar comunitariamente. e aí tropeçamos no encalço da vida e começamos a absorver essa normalidade necessária. e nos esquecemos. pode ser que um pedaço de cada um esteja guardado bem no fundo do outro, mas bem no fundo porque parecemos muito mais distantes do que toda essa distância quilométrica instaurada entre nós. foi o inverno que chegou pra gente, que transformou-nos em pedaços de pedra fria e que se afastam umas das outras pra se derreterem ao sol da vida. chikara is fail.

1.6.10

só [eu] pareço

tão infeliz sempre. às vezes entro num embate ferrenho de medidas e compensações, de tentativas de me mostrar (e aos outros) que eu não sou tão infeliz assim. hora me sinto absolutamente satisfeita com a minha introspectiva e nada social vida, mas ainda restam os outros 50% dos meus pensamentos que se convertem em canhões transloucados e absolutamente dispostos a aniquilar qualquer tentativa de paz interior. eu nem sei por andam esses meus olhos tortos, que tem mais vestígios de desorientação do que dessa coisa genética do oriente, flutuam entre o nada de fora e o nada de dentro. não é nada. esse meu desespero não é nada. aliás, acho que já passei do estágio desesperador dessa confusão mental. ou não.

19.5.10

outra saudade [da outra]

já tive saudade de infinitas coisas e gentes. já tive saudade de mim. mas hoje veio diferente, senti tanta saudade de quem eu fui um dia e de saber que um dia eu já fui outra. sim, tenho plena convicção de que não sou a mesma e não me importo em admitir esse grande detalhe da minha pouca vida. difícil definir isso, mas meus olhos sabem muito bem.

4.5.10

pro inferno

adormeceram-me as pernas tal qual as poucas vezes em que me senti certa de estar amando. mas sinto que o seu significado foi bem contrário, pertubador e absolutamente relevante. e exatamente por ter sentido toda essa revolução dentro de mim, digo-lhe: acaba por aqui toda a minha esperança no amor. tenho alguém me amando e isso não faz parte da minha revolta (ou faz?), a grande verdade é que estou bestificada com a volatilidade do amor que as pessoas sentem hoje em dia. eu te amo para sempre para todos. oras, não dá, pelo menos, pra maneirar nessas palavras? acho absolutamente possível que uma pessoa ame mais de uma vez em sua vida. mas acho bestial dizer que esse amor é eterno. porque, convenhamos, mesmo que seja, essa mesma declaração para a próxima vítima pode se tornar fatal para esse amor eterno. pro inferno, amor.

30.4.10

doente [?]

talvez tenha chegado para mim o momento que você sempre esperou que chegasse. e eu realmente estou sentido todo aquele tormento na pele. não que eu não tenha sentido antes, mas agora dói porque é uma dor só minha e porque eu gostaria de dividir uma cura inexistente. porque eu gostaria só de experimentar esse remédio e acreditar que isso pode ser passageiro, porque me avisaram sobre isso. eu já estava avisada e mesmo assim enfrentei, me arrisquei, adoeci. me avisaram que seria assim, porque com todo mundo é assim, mas eu fui achando que comigo não aconteceria porque eu sou a dona da situação, porque comigo já tinha acontecido e eu não queria mais. mas e daí? e daí se eu sou igual a todo mundo e essas coisas imbecis me acometem da mesma forma que acometeriam a qualquer um?! mas olha, eu não acredito que seja isso, mas eu gostaria de experimentar e saber se é. só isso.

24.4.10

de sábado, sozinha

porque estar sozinha nunca me pareceu um problema. parecia bem mais uma solução. mas aí eu aprendi a me socializar com um, e só um. e isso faz falta a cada dez minutos sem sua presença irritante. pequenos detalhes para quem acordou disposta, meia hora antes do horário normal, seguiu sem reclamar para a faculdade e o fez até terminar. não almocei porque seria contrário a todos os outros fins de semana e eu não quero radicalizar. ok, pelo menos dormi o sono mais esperado do século, embora esteja ainda com a sensação de que preciso de mais - e muito mais. acordei com um choro que, certamente, não era o meu. ofereci ânimo, quase aceito. e isso geralmente dura muito pouco, ainda não sei fazer direito. procurei os cachorros do vizinho cego e isso me valeu o dia. e, espera, vou ali pegar o meu martini e curtir essas horas cheias de nada e de tudo ao mesmo tempo. assim, sábado, e sozinha. beijos

17.4.10

eu, obviamente, não sei

muitas coisas se encaixam nesse âmbito circular da minha vida. e pra não dizer todas, digo muitas porque eu ainda tenho a esperança de me descobrir decidida em alguma coisa dessa nada particular vida. e tái outra coisa fora do eixo comum do resto da maioria das pessoas (oi?): meus maiores problemas relacionam-se à fragilidade das amizades que eu construo. será que só pra mim dar um oi no msn de vez em quando não é o suficiente? será que só eu não suporto essa superficialidade das coisas, essas tentativas de fazer dar certo que não se repetem, a estranheza repentina, ver alguém que faz parte de toda a sua vida todo dia e se tratarem como estranhos, querer participar só dos bons momentos, e escutar tudo acontecendo normalmente sem que sintam a falta um do outro... será que só pra mim isso não é normal? não, eu não morro de amores por ninguém. minha vida amorosa é muito bem resolvida, obrigada. mas eu devo ser a pessoa mais puta da vida por não saber, na prática, definir uma amizade. e espero que essa seja a última vez que falo sobre isso. última, de verdade.

8.4.10

inviável e invisível

parece que eu tô grande demais pra esse mundo. e não, não se trata de nenhum estado sublime. a mesma sensação de sempre, essas sobras, esses meus pedaços que não se colam e não cabem em lugar algum, que não montam nem desmontam esses sentimentos crus e persistentes. de tão grande, tão nulo. o sono alivia. um sono demorado, inacordável, talvez.

7.4.10

comunicações telepáticas e simpáticas

porque é o que há de melhor. sério, já tive altos lances de recepção/transmissão de pensamento e dos mais variados tipos. mas quando na parada se envolve o amor eu me derreto. sim, porque eu sou durona e insensível, mas me encabulo facinho com essas coisas desesperadas (no sentido mais urgente, e no menos urgente também) e viro a mais transcendental das pessoas. passo a acreditar em predestinação, amor secular/de outra vida, e o diabo-a-quatro. seria menos romântico se eu não tivesse interrompido aquela aula de francês? não. francês é inspirador, mas a inquietação é mais. ou não. eu só sei que falta de celular não foi o nosso problema, que a combinação tornaria menos perfeita aquela sintonia e que aqueles vinte minutos, naqueles dois degraus, naquele frio nada esperado e aquele sol pra socorrer... só sei que aquilo tudo ficou registrado lá no capítulo das coisas mais bem vividas, e nada arrependidas. eu te amo define.

31.3.10

intitulável

e depois de semanas tentando definir algo que não tem definição, de passar pelo largo do encantamento, da devoção e da ilusão, voltamos à estaca zero. e essa conclusão tão nula não preenche nem mesmo o vão dos solilóquios. é claro que eu continuo usando de muito exagero com as coisas do dia-a-dia, e tentando fazer essas dores incessáveis parecerem mais leves. talvez tenha sido por isso a minha decisão em trocar as últimas duas décadas por simples "semanas". o meu discurso vai continuar prolixo, porque assim o sou. porque eu realmente ainda me sinto perdida e não saberia expressar isso de outra forma, puramente concisa. existe algum dicionário que me explique porque findamos as coisas que mais nos são importantes? que explique porque isso acontece sem que sequer percebamos?

10.3.10

se eu me

condicional. pronominal. reflexivo. não é só a rotina nada pragmática das coisas. eu não faço letras, muito menos as digiro. ou dirijo. a realidade nem sempre é tão real. as coisas não são tão mutativas. "se eu chegar a partir". tenho sempre essa sensação palpitando na garganta. sempre, porque ela nunca mais saiu de lá desde que eu resolvi um dia ser sincera com o mundo. e aí não valeu de nada. o meu crédito já está há muito vencido. difícil mudar certos instintos, certas inflexões.

9.3.10

o retrato do não saber

agarrei o meu cinza e quis me fazer engolir uma aquarela pela goela. já estive tantas vezes tendenciosa a vários extremos e quase me tornei parte da exceção. feias exceções. e quando decidi fazer parte do mundo e fiz todas as coisas normais de gente desvairadamente normal, afundei os joelhos na lama abissal da clareza inútil das coisas. e então adotei a relativização. sim, estou perdida. e sem medidas partidárias.

7.3.10

de novo amor

existem "n" maneiras de se demonstrar amor. maneiras estranhas, inclusive. mas eu ainda sou partidária daquelas mais simples. da companhia proposital e gratuita, do silêncio bem intencionado, da conversa muda. eu saberia reconhecer alguma loucura referencial para o amor, e nem por isso concordaria. não suporto as pretensões que se deixam por interpretar, do ciúme infundado e o extremo justificado pelo amor. e é por isso que todas as minhas poucas amizades não têm pêndulos e que o sentimento brotou em mim absoluto e natural. e é por isso que eu amo. porque isso cresce na gente, não se impõe pra gente.

26.2.10

deixa eu te contar

eu não consigo impedir meus impulsos de dizer o que acho, de publicar pra ninguém o que penso e de fazer sempre questão de não incluir destinatários. mas as verdades são sempre verdades, ainda que empoeiradas e marteladas rotineiramente. é verdade que as minhas verdades são em sua maioria sentimentais. e eu me achava composta por 98% de razão. mentira. [/semrazao, oi?] mas eu só queria dizer que a inconcisão das suas palavras significam a afirmação do que eu já pensava. então me desvencilhar tem me parecido a maior lógica dessa história. decepção again? você já sabe. mas é isso, repetir as coisas me deixa angustiada e razoavelmente satisfeita.

21.2.10

solilóquios de insônia

morrer de amor? um grande amor morrer? vamos à parte literal e enloquecedora da questão, não sei se é a situação ou a tpm, mas essa coisa de amor tá latejando em mim e não me deixa dormir. eu nem sei definir o que é amor. se me perguntar por costume, vontade de estar junto, lembrar das coisas que faziam juntos... sei lá, dessas coisas eu sei bem mas ainda não passei pelo sentimento da ausência disso. eu não consigo passar de 24h. fui comer e guardei a metade pra você. fui me deitar, a cama tava grande demais e o seu travesseiro ainda com as suas marcas. quem ia cuidar de mim, me dar meu remédio, conversar até perceber que está falando sozinho porque eu dormi e ainda assim definir isso tudo pra mim como amor? se isso é amor, eu não quero nem pensar em perder.

20.2.10

meio de um fim

engoli todas as emoções e frustrações daquele começo. e fiz isso porque o meio do começo foi bom. porque fui feliz. mas aos poucos começamos um fim. e começamos isso porque eu não quis deletar o histório extremamente detalhado da minha vida. porque eu quis fazer dele simplesmente um histório, que não se apaga e muito menos se edita. desde o meu começo nessa aventura a dois eu sabia que seria difícil. e foi. foi extramamente difícil para mim e para a outra parte, que vez ou outra mudava de face. mas tudo teve sempre o mesmo tom. e talvez agora seja diferente, porque mesmo pensando num futuro próximo e pluralisado, nos vemos ao fim. começamos esse fim lá, no começo mesmo, e nós sempre soubemos disso. agora me vejo muito próxima a qualquer coisa que se pareça com um ponto final. eu gostaria de ter alguma verdade honesta pra te dar razão, mas a minha razão nunca existiu - por mais honesta e solidária que quisesse ser. eu sei que essa turbulência toda pode passar e o vento soprar mais ares de amor pra nós, mas eu também sei que estamos no meio de um fim.

18.2.10

falhou

a nossa comunicação telepática ficou apática e não funciona mais. de instantânea ela se transformou em nula, um passo e tanto pra um regresso mal definido. só nos deixamos para o lado. eu fui a primeira da fila e você só me acompanhou neste gesto infinito de descontentamento, e aí simplesmente deixamos de dividir o cuidado com o outro. menos um. cada um de nós tem outro pra cuidar. acho que você entende. mas eu não, felizmente. porque me dói mais estar lúcida em relação a esses pormenores. foram três noites consecutivas de sonhos habitados por você, e eu esperando desde a primeira noite que a nossa comunicação funcionasse como sempre. talvez tenha sido a minha condição de incomunicação. talvez tenha sido a sua condição de ex-telepático. talvez só não exista mais pra você nenhuma dessas minhas crenças tolas.

10.2.10

não, talvez.

não é que eu tenha deixado de amar você. é que suas atitudes me remetem muito ao amor. mas não ao nosso amor. e não te julgo, cobro ou faço parecer a coisa mais inadmissível do mundo. eu simplesmente vejo essas suas tentativas de abordar o mesmo assunto com muitas pessoas como um naufrágio proposital. e, veja bem, você não está errado em tentar. mas está errado em querer que eu acredite que comigo vai dar certo de novo. ou começar a dar certo. sinto muito por não acreditar. eu acredito no amor, no amor dos outros, no seu amor e até no meu amor. mas estamos bem longe de fazer um encontro entre nossas definições desse sentimento sem regras. eu ainda te quero bem, mas te ver dando esses mergulhos fatais me deixa assombrada. é, talvez eu não ame mais você. não como você quer e talvez não como eu gostaria, e ainda sinto muito por te ver fazendo essas acrobacias.

23.1.10

vontade imensa de chover.

acontece isso quando eu não sei o que fazer. e não saber o que fazer compreende a maior parte dos meus momentos. porque vontade de chover eu também tenho quase sempre, mas faço o favor pra mim mesma de deixar passar. e aí que eu transpareço uma arrogância que eu não tenho, faço o que teria normalmente o pavor de fazer e sim, não tenho controle algum sobre a expressão dos meus sentimentos. mas aí tem hora que eu lembro que o meu inferno astral lateja constantemente e não passa. aí eu só quero chover. numa noite de sábado, com a casa cheia de gente, o quarto escuro e os meus pensamentos mais sozinhos que a minha razão: eu só quero chover, pra dentro e pra fora, sem medidas, sem controles.

19.1.10

dez

em dez dias: um encontro. em dez segundos: nem dez palavras. em dez milímetros: aproximação. em dez versos: música e afeição. entre dez amigos: um pedido atendido. em dez dias: um romance quase correspondido. às dez horas: visita rápida. dez minutos de bobeira: dez minutos para o fim do começo. dez vezes: o mesmo pensamento. dez desculpas: dez rejeições. dez pedidos: aceitação. dez meses: 7 meses de namoro. e de lá pra cá um eternidade se passou dentro de 1 ano e 9 meses. tenho mais de dez motivos pra amar, mais de dez motivos pra querer dormir e acordar todos os dias junto, mais de dez motivos pra querer a companhia constante, mais de dez motivos pra querer ter por mais de dez anos. muito mais.

14.1.10

hello stranger :)

eu sou muito mais limpa com estranhos. isso aí, jogo limpo, falo a verdade, me dedico total pra ajudar estranhos, não me limito a nada quando o outro é alguém que eu simplesmente não conheço.
e isso faz todo o sentido pra mim, principalmente levando em consideração todas as lambadas que ganhei dos conhecidos. porque quem a gente ama é mais complicado mesmo. porque conhecer uma pessoa te faz inversamente proporcional ao que você deseja receber em troca de alguma caridade, afeto ou em troca de nada - só receber.

12.1.10

mudei

pensei muito nisso nos últimos tempos. eu não era assim, tão humana. eu parecia de outro mundo e isso era muito exagerado. ou não. eu não tinha medo do escuro. eu não tinha medo de estar sozinha, eu até preferia estar sozinha. eu não era nem um pouco mulherzinha e bicho nenhum me metia medo. não me preocupava com o destino dos meus relacionamentos amorosos sempre fracassados por nada, felizes e fracassados. não me preocupava com a minha preocupação das amizades mal construídas e mal firmadas. não me preocupava com nada do meu futuro além de morar sozinha e era só isso. e hoje eu tô lá, na escala dos seres humanos medrosos e confusos. eu sempre estive lá. mas agora eu estou só lá. tenho infinitos medos sobre o meu futuro, medo das pessoas que se tornaram as pessoas a quem eu muito amava, medo de não ter coragem de tudo, medo de estar sozinha, medo de fazer as coisas sozinha. eu não sei quando foi que isso aconteceu. talvez segundos depois de cada uma das minhas descobertas desumanas, talvez não. eu sei que não tem pouco tempo, embora pareça ter sido ontem. humana demais.

28.12.09

dear new year

e já deve ser hora de escrever aqueles pequenos detalhes para você. pois bem, não que eu seja muito humilde ou despeitada, mas já é hora de querer perder algumas coisas. então, pra você eu vou ser bem específica. menos: 30 kg, desejos inavisáveis de um lugar naquelas fotos, morar em família, passado, desrespeito com as minhas fobias (a social, principalmente). acho que é só isso aí. bjs

19.12.09

again

pensei em várias pessoas nesse último mês. várias. gentes que eu nem sei quem são, mas que contribuiram tanto pro meu tempo, pras minhas recordações. muito me instigam, e deixam saudades. ei, vocês, sigam uns 2 que me fizeram infinitamente feliz me dizendo oi outra vez.

16.12.09

nada lírico

apesar de todos os outros dias evitando gentes, encontra-as todos os dias. sem nenhuma distinção, evita todas. morre milhões de vezes por dia com o próprio bombardeio de pensamentos. se consome com o trabalho em silêncio. e o silêncio se consome da situação também. viaja a quilômetros da própria existência. todos os dias chega em casa, tira a bolsa, a mochila, os livros e coloca o celular e o cigarro em cima da cama. ajeita os dois travesseiros que divide feliz. apóia-se nas almofadas. ouve a tv não muito longe. e toma decisões. volta atrás em todas elas. mas hoje parece diferente: ela pode não dividir os travesseiros e ela pode não voltar atrás nas decisões. dois cigarros se vão enquanto relê essas palavras. e solta-as. simplesmente.

12.12.09

eu é que não

eu é que não cumpro os meus desejos. isso aí... eu não vou atrás das coisas que eu quero, que planejo, que gosto e tudo mais. deixo tudo pra quando a minha auto-estima estiver suficiente e isso nunca vai acontecer, portanto, eu vou sempre me ferrar, vou sempre ver as outras pessoas vivendo a minha vida ou pelo menos aquela que eu esperava viver. nem rola aquela inveja macabra de desejar que o bem sucedido se ferre, mas eu só não sei o que vai ser de mim se continuar assim. aliás, sei. e sei que não vai mudar. enfim, vou ter todos os dias da minha vida angustiantes e iguais aos da minha mãe. a diferença é que eu nem curto mais enxer a cara. ou talvez comece a curtir, pra esquecer os problemas, num ritmo diário bem frenético.

2.12.09

go on

eu tenho que aprender a seguir em frente. é só isso. aprender, seguir, em frente. não me deixar levar por qualquer distração do passado, sequer uma esperançazinha. verdades sejam ditas: eu não queria. aprendi muito mal esse lance de fazer/manter amizades, de iniciar qualquer relacionamento, inclusive os amorosos. e eu nem sei se um dia já houve amor. (e vai um ps no meio pra ninguém desconfiar muito das minhas verdades: o meu grande problema é não ter com quem dividir essas paranóias, não ter aquela pra quem vc conta tudo nos mínimos detalhes. aí eu começo a namorar, faço do cara meu melhor amigo e acabo com o namoro por isso. e no fim das contas eu acabo sem amizade alguma, porque o envolvimento é brusco demais e simplesmente não dá. e as amigas, minha gente? não vingaram, por um motivo ou outro. as virtuais, idem. os gays, idem. então né, todo mundo tem um motivo a mais e eu todos eles + a insignificância geral das minhas paranóias - drama: mode on) eu pensei que sim, mas houve? eu sei que na metade do caminho (ou até antes disso) uma nuvem de confusão e carmas envolve os meus sentimentos e eu acabo nem sabendo definir essas coisas básicas. eu queria muito, mas nenhum pensamento meu é básico. e fazer o quê, não é mesmo minha gente? estreitar laços, rompê-los, não começá-los, já me deram muitas dicas e eu sempre fiz o que me deu na telha. e o meu telhado quebrou. acho que é hora de começar a tentar fazer dar certo. de verdade, afinal de contas eu ganho flores quase todos os dias, não preciso mover uma palha porque ele adivinha meus pensamentos quase sempre, durmo com alguém que é prentensão de muitos "alguéns" e ele é meu amigo. (até quando, né?). resumindo: eu já tive os melhores namoros ever e tudo acabou porque eu não tenho amigas pra não torná-los meus amigos. aquele lance de intimidade demais é uma merda, sabe? tô cansada de tudo começar difícil, ser lindo durante os 3 primeiros meses de compromisso não assumido, virar quase desistência de ter tomado uma atitude, ouvir todo mundo dizer que é um namoro que qualquer pessoa queria ter e simplesmente estar perdida nisso tudo. olha só, tenho que ouvir mais a mamãe, fica a dica, pra mim mesma.
e se você está lendo, esquece, não é pra você. quem deveria jamais vai ler.

30.11.09

ao desavisado

que se dane o amor que um dia sentimos um pelo outro - se é que isso aconteceu. que se dane o amor que tínhamos nas palavras, ao menos. que se dane as dores, as culpas, a saudade, e qualquer ponta de sentimento. que se dane a amizade que planejei pra depois do fim, esperando não haver outro fim. se guardei um pouco da boa intenção era pra hoje não nos tornarmos completos estranhos e desavisados um do outro. se relutei em jogar tudo numa esquina qualquer da vida, foi pra não caminhar sozinha nesse capítulo macabro. mas que se dane, porque já não somos mais nem meros conhecidos. desconheço todos os seus silêncios repentinos, todo o seu amor criado de uma hora pra outra, da sua eternidade que foi dividida, do seu coração somado à qualquer coisa nova que anule o antes. infelizmente há várias coisas ainda pra se danarem, mas vou me lembrar de cada uma delas.vou sim.

26.11.09

não sei de quê

não sei se é saudade de você. porque eu nem sei realmente quem você é. sei que sinto uma falta estrondosa da sensação que você me fazia ter, das coisas que me ensinava, das fotos que gostava, das músicas que me mostrava, das palavras curtas e infinitas. eu tenho saudade de sentir isso de novo. e olha, você não é o primeiro. já disse isso mil vezes. houveram dois casos estranhos na minha vida, ou normais demais na minha vida estranha. vocês vieram, me cachoalharam, me fizeram sentir viva e teceram uma amizade que eu nem sei onde foi parar. às vezes eu acho que sinto saudade de uma grande mentira. porque vocês desvendaram uma grande mentira, se mostraram uma grande mentira... mas eu sinto saudade daquilo, de novo.

24.11.09

tudo o que eu gostaria de dizer pra alguém

olha, no momento [e sempre], todos os meus problemas se resumem em não saber o que fazer. falta de decisão, concisão e outros me corroem os nervos. durmo mal, sonho mal, fico acordada mal. reflexos, refluxos, recessos. desde sempre eu estudei pra estar numa faculdade pública e eu tinha um futuro promissor. de verdade, todo mundo esperava em mim e eu era a solução dos problemas socio-economicos e morais para a minha família. e aí, com o pé lá, nos sonhos de todo mundo pra mim, eu tropecei. me sujei toda de lama, e pronto. tá todo mundo lá na minha frente, e eu nem sei pra que rumo quero dar o primeiro passo. honestamente: EU NÃO SEI O QUE FAZER! sei que não gostaria de perpetuar a ignorância da minha família. só disso. lá pelo 3º ano do ensino médio eu mudei umas 4 vezes de tendência para o vestibular e acabei não fazendo isso. 3 anos depois eu continuo no mesmo buraco, com a mesma lama. ok, vou ser objetiva uma vez na vida. tenho duas opções: fazer algo que [acho que] sempre quis fazer (jornalismo) e apostar uma grana que não tenho nisso (vou tirar de onde? ser funcionária pública ganhando um salário mínimo por mês não dá, né?) ou me arriscar em fazer algo que não sei se quero fazer (administração) só por ser mais barato e comodo. o fato é que eu sonho muito com coisas que parecem impossíveis, mesmo sendo muitíssimo clichê tudo isso. na boa? eu acho que meu problema maior é não ter ninguém pra dividir isso.

quando é hora de dizer tchau (chateadinha 2)

e eu disse, umas dez vezes ou mais. disse sem querer dizer. disse querendo manter uma amizade. disse muito desconfiada. disse sem saber o que viria pela frente. e, claro, eu deveria ter ficado calada. deveria ter me afastado milhas e milhas. deveria só ter ficado na minha e continuado a minha vida. e eu só estou dizendo isso agora porque há anos gostaria de ter dito e porque estou decepcionada. é sempre assim. o bloco de notas na frente de uma foto, um sorriso lá atrás. não sei qual é o meu problema. ou eu sei, é essa coisa que me fez ficar sem sorrir por anos, que não me deixou uma foto sequer sorrindo e blábláblá. eu só quero dizer que pra mim chega. que muito embora eu saiba que talvez vá passar pela mesma situação que passei com vocês, eu estou completamente a fim de fazer ser diferente. porque o meu presente, embora maculado e quase-o-mesmo-de-sempre está fazendo uma revolução dentro de mim. é tudo muito parecido, mas eu vou querer fazer diferente a partir de agora. talvez amanhã eu diga as mesmas palavras de aborrecimento e arrependimento, mas né... impressão minha ou aqueles planos de ano novo vieram mais cedo desta vez?

20.11.09

to my family

deixa eu lhes dizer, meus caros: isso não tem nada a ver com amor. pois jamais destinei tanto amor a qualquer momento de silêncio que me suplicasse um pouco disso. não é segredo pra ninguém que eu tenha uma preferência quase móbida por silêncio, solitude e afins. mas eu também gosto de [boa] companhia e até daquelas que não se dá pra evitar. enfim, gosto de vocês. mas não gosto de suas manias, de seus barulhos e de suas comidas. pouca afinidade, né? eu sei. e até tentei mudar isso, mas aí percebi que era só uma crise de identidade que passaria rapidinho numa daquelas nuvens negras que me corroem o pensamento vez ou outra. e passou. e eu sei que todo esse meu jeitinho carismático [ironia: mode on] nunca foi bem engolido, mas e daí? eu adoro ser assim. às vezes preferia ser diferente mas, analisando bem, eu sempre preferi aqueles sujeitos que fazem cara feia mas têm bom coração. e eu tenho bom coração. ninguém aí pode negar, embora essa minha preciosidade esteja muito bem escondida. e daí que eu só queria dizer que gostaria muito de ter tamanha afinidade com todos vocês mas, não sendo possível, eu gostaria só de um pouco de respeito e tranquilidade para com a minha indispensável solidão.

chateadinha

com os olhos ardendo, a língua paralizada, a cabeça revirada e não sei mais o que pode descrever o meu estado de espírito neste momento. vou evitar "eu te amo" por alguns dias, vou pensar em tudo aquilo que já pensei e evitei por um bom tempo, vou refazer meus velhos planos. porque não tem jeito, e é só por isso que eu vou rever tudo de novo. porque é absolutamente inevitável. não quero nem dizer mais, pra não fazer essas palavras chaetarem e me chatear com a chateação alheia.

15.11.09

second time

é a segunda vez que escrevo aqui, hoje. é a terceira ou quarta vez que corro pra esse corredor imundo, mas que me deixa absolutamente a parte. é a trigésima vez que brigo pela mesma coisa e é a milésima vez que perco o meu celular. na verdade acho que tudo foi bem proposital, o acaso planejou tudo isso e fez virar real. o meu celular deveria mesmo ter se perdido pra evitar a tentação de uma reconciliação. o acaso deve estar ao meu lado na questão dessa repulsa [aposto que você já sentiu isso também, eu sou a pessoa que tem todos os sentimentos do mundo explodindo ao mesmo tempo e não dá pra se assustar por perceber isso hora ou outra lendo essas palavras mínguas e que poucos vão ler], tô falando em repelir gente amada simplesmente por não saber fazer o mesmo - ou pelo menos expressar. just record.

hide and seek

quando criança, não me lembro de ter tido nenhum lugar bom o suficiente pra se tornar o meu esconderijo. não tenho lembranças, portanto não deve ter havido esse lugar. só sei que eu era alguém muito diferente do que sou hoje, e bem longe dos estereótipos imaginados para a então fase que vivíamos todos. eu não cresci com nenhum amigo imaginário, com nenhuma brincadeira preferida, não gostava de brincar de bonecas, não tinha uma melhor amiga de infância, nem um bicho de estimação, nem essas coisas que você deve conhecer muito bem. e agora, sentada aqui nesse corredor, entre a casa do vizinho [que comemora com alto falantes o seu domingo de céu aberto] e a minha família fazendo a mesma coisa, com as pernas para cima, um cigarro na mão, um livro na outra, e o meu cachorro com a cabeça no meu colo esperando um afago, as coisas parecem bem diferentes. eu não pulei essa fase. chegou meio tarde pra mim, mas taí na minha vida, fazendo a maior diferença. talvez esse tenha sido o meu esconderijo da adolescência e que eu ainda busco, não raramente. e se antes era suficiente pra mim usar esse corredor pra jogar um colchão enquanto esperava a noite e a chuva cairem brandas sobre mim, hoje ainda me parece perfeitamente cabível.

7.11.09

sutilmente manjado

pra mim o skank foi muito feliz em tagarelar por aí a letra de "sutilmente", muito feliz mesmo e nem foi tão difícil. quem é que não tinha para si essas palavras há séculos? eu tinha, tenho outras inclusive e neste momento tenho duas coisas pra falar, então resolvi misturar as duas porque a segunda é digna de passar em branco. então o que acontece é que eu voltei a ter os pensamentos insanos de querer fazer insanas coisas, tipo morar fora, sozinha e por lá conhecer um grande amor. quem sabe eu estaria um pouquinho livre do passado dele? hã? hã? não é uma boa? na boa, eu quero alguém que não tenha passado. nenhum passado. porque isso tá virando um surto e eu não vou durar muito assim. apesar dos pesares e dos momentos lindos e parará. não quero passado, o seu passando nem sutil me parece. porque o meu tá muito bem digerido. e assim, a letra é linda né?

6.11.09

não pelos mortos

e depois de certa proximidade com o dia marcado no calendário pra eles, resolvi ser bem realista: eu não choro pelos mortos. não mais. já aconteceu e passei anos a fio achando que seria um dia insuportável o conformismo. e é. mas não adianta trazê-lo à tona a todo segundo. muito menos trazer essa dor que foi guardada sabe-se lá onde. ando sentindo muito pelos vivos, por aqueles das nóticias na tv, por aqueles que tropeçam nas esquinas e por aqueles que se agarram a qualquer coisa por aqui pra não passar pro lado de lá. e pra não aumentar esse sentimento indefinível, vou tratar de manter essas palavras mortas também. mas isso não quer dizer nada mesmo...

4.11.09

ex

os problemas são os ex. pode apostar aí! pra mim "ex" vem de "exemplo" e isso realmente deveria ser levado em consideração. mas desde que alguém ou alguma coisa vira ex há pejorativismo reinando no ar. os problemas são os ex-namorados(as), porque nada vai ser novo com aquela pessoa que passa a fazer um sentido enorme pra você; os ex-amigos que podem ser um grande problema transformando completamente a palavra sucessora do ex num antônimo cruel ou só virar nostalgia pura; os ex-hábitos (isso existe? porque faz sentido pra mim); etc. no fundo eu acho que o grande problema mesmo são os ex-namorados(as) e quando eu conseguir conviver com isso posso montar num pedestal e considerar isso um ex-problema.

30.10.09

desculpaê

oi, me desculpa se eu não tenho um pingo de doçura no meu olhar. desculpa se meus movimentos são grosseiros e eu não sei andar leve feito pluma, se eu não sei falar sem deixar dúvidas no ar, se os meus telefonemas são nas horas mais impróprias e a minha companhia não é tão memorável. desculpa ainda por falar pouco e ter hábitos que não gosto de dividir. sinto muito também por preferir silêncio ao invés do seu barulho musical, por não saber ver tv/ouvir som/ficar na internet e conversar ao mesmo tempo. tem também o fato de preferir sair a dois, ler sozinha, ficar brigando com a minha família e os demais etecéteras da minha vida. é que que eu ainda não decidi se quero fazer tudo isso aí e tenho medo de não continuar com meus hábitos normais demais.

27.10.09

ridículo

o amor é ridículo. e quem negar-se a este fato está sendo ridículo duas vezes. e eu não nego o amor alheio e muito menos o que sinto - aprendi a pouco tempo esta arte. enfim, eu ando acreditando muito no amor e no poder/magia/e afins envolvidos, mas eu realmente acho impossível uma pessoa dizer a vida inteira que ama uma pessoa e em dois instantes dizer ao mesmo mundo que ama outra. tá, eu posso estar exagerando. mas eu acho ridículo, assim como acho ridículo o amor. e, na boa, sei que não dá pra evitar dizer "eu te amo" pra pessoas diferentes porque as coisas mudam e podem mudar muito mesmo, mas dá pra não repetir as adjacências? dá pra inventar um repertório novo? se não vou ter que ir lá fofocar todas as previsões desse sentimento ridículo que sentimos todos, mas que ele certamente vai transformar em palavras batidas... e eu as sei de cor.

21.10.09

com amor

olhavam-se todos os dias, às vezes com mais ternura e outras nem tanto. mas não deixavam de se ver, de se tocar e amar em silêncio. ela já dissera trilhões de coisas sobre o amor que sente pelas pessoas, sobre a forma estranha de manifestar isso e sobre não abrir mão de amar certas pessoas. tem o clichê + o improvável. amor de amigo e às vezes amor que não sabe explicar. achava que não, mas tinha vários sentimentos. às vezes iguais, apontando para diferentes corações. noutra noite sentiu algo diferente, e naquela hora pensou nunca ter sentido isso. era mais do que o prazer que lhe corria pelas pernas. pensou que talvez fosse a primeira vez que sentia aquilo, e essa sensação durou por dias. mas lembrou-se de que aquilo já lhe havia ocorrido, com alguém que agora já lhe tem o amor de amigo. mas não importa, foi amor com amor e isso não lhe sai da cabeça.

20.10.09

para[béns] você de 20/10 e de quebra pra você tbm, de 22/10.


fiquei procurando palavras pra lhe dizer hoje, que é igual uma única vez por ano. igual e diferente. pensei horas, e aí resolvi buscar inspiração nalguma coisa que eu disse em algum desses anos que se passaram desde que nos conhecemos amigavelmente. li quase 12.000 recados, revi histórias e gente suas e nossas. e olha, fazer um retrospecto desde 2006 não é fácil. o meu personagem virou telespectador e não foi nada fácil perceber isso. mas tudo bem. parabéns. felicidades. e eu queria muito que aquilo tudo voltasse novamente.
já reparou que tudo que vai embora de repente nos deixa alguns segundos sem respirar?

18.10.09

clichê

nem grande atrás dele, nem pescoço, nem sustentação, nem empregada, nem serva sexual, nem nada. neste fim de semana vi milhares de definições válidas para a colocação de uma mulher ao lado de (já sabemos) um homem. mas andei pensando, com os cachos que eu não tenho, que aquela coisa que reluz no fim do túnel de um homem talvez não seja [a ilusão de] um grande amor. pode até ser, mas acredito mais nalguma coisa que sirva como esperança. sim, é isso aí, esperança. e se uma mulher significar realmente uma esperança, ela é essa coisa. já tive várias experiências observatórias, mas nenhuma delas me fez cair tão na real quanto observar a mudança de alguém que tá por perto. nem farra, nem mulher[es], nem chão de giz, talvez nem um amor tão grande assim... mas a esperança que esse possível amor trouxe. a possibilidade de fazer planos e se ocupar disso. aliás, sei muito bem o que é isso. sei fazer planos (e me ocupar expressivamente disso) mesmo sem saber se realmente quero cumprí-los. ok, fica aí a dica de que pra viver só se precisa de esperança. às vezes nem é preciso perder tempo buscando outros clichês para definir a vida, porque tá tudo explicado nessa fé... nessa ESPERANÇA.

humildade

naquele mesmo dia em que ele pediu esse sentimento de aniversário, provou o contrário e o fez manifestar em alguém em que não se previa.

13.10.09

estranhamente raso

você não acreditava. não mesmo. alguém querendo se aproximar rápido demais e você simplesmente não acreditava. colocou todos os obstáculos na frente, fechou todos os zíperes do sentimento e não deixou ninguém passar dali. e esse alguém ficou do outro lado, às vezes sussurrando palavras de conforto, às vezes gritando coisas sem nexo... mas coisas da vida. e esse alguém se deixou entrar pelos buracos das feridas e foi cuidando de tudo aquilo. ele sabia ler as suas entrelinhas, sabia cada centímetro do seu silêncio (ainda que preferisse o contrário). você tentou fazer dar certo, compartilhou as suas músicas preferidas, o que se passava dentro da sua casa, a sua nostalgia, as suas leituras... e se viu presenteada em ter alguém que pudesse chegar perto do que você sempre pecisou. e depois esse alguém sumiu, achou outras brechas, outros motivos. você deve tê-lo perdido em algum dos seus silêncios, talvez num daqueles em que se perdeu também. feche as suas páginas, esse marejar está raso mas afoga e rasga.

6.10.09

passado que não passou

eu sempre vejo as pessoas dizendo que não guardam coisas do passado, que não querem fazê-lo ou que simplesmente as guardam propositalmente. comigo deve ter sido um pouco diferente, embora eu tenha tentado que isso não viesse a acontecer. eu não tenho nenhum caderno de anotações, nenhum diário, nenhum papel de bombom, nenhuma... sei lá. não tenho nada que tenha guardado propositalmente. devem sim existir muitos rastros do meu passado largados nas minhas gavetas, mas eu realmente me assusto quando os encontro. e sabe, sempre tive a intenção de fazê-los "conviver" sem grandes paranóias. não tenho problema nenhum com o meu passado, por mais desinteressante ou obscuro que ele possa parecer.

 

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